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Como comprar detectores de fumaça e prevenir danos decorrentes de incêndios?

Dispositivos devem ser especificados, instalados e mantidos em consonância com o risco de incêndios do ambiente e com as instruções do Corpo de Bombeiros

Publicado em: 13/03/2019Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Juliana Nakamura

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Detectores de fumaça eficientes resistem a mudanças de temperatura do ambiente sem causar falsos alarmes (foto: Andrey_Popov/shutterstock)

Em caso de incêndio, quanto mais rápido for descoberto o fogo, mais fácil será controlá-lo e maiores serão as chances de os ocupantes escaparem ilesos. Isso mostra a importância de existir um sistema de detecção e alarme eficiente, sobretudo em edificações que não possam ser rapidamente evacuadas. É o caso de edifícios comerciais e institucionais, hotéis, hospitais e clínicas, shoppings centers, universidades etc.

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DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Sistemas de detecção e combate a incêndios são compostos, basicamente, por detectores (que podem ser térmicos, de fumaça, de gás, de chama), acionadores, central de controle, avisos sonoros e/ou visuais e fonte de alimentação de energia elétrica.

O tipo de detector a ser utilizado, a quantidade de dispositivos e sua distribuição no ambiente devem estar de acordo com as características do local e do risco de incêndio existente.

A especificação deve considerar características da instalação, como aumento de temperatura, materiais existentes nas áreas protegidas, forma e altura do teto e ventilação do ambiente.

De modo geral, os sistemas mais modernos são os que utilizam detectores de fumaça endereçáveis. Esses equipamentos, quando acionados por fumaça, transmitem dados à central, que aponta em seu display o local exato do evento.

Quanto mais clara for a informação que o sistema trouxer sobre o incidente, mais rápida tende a ser a tomada de decisão por parte do operador. “Em caso de incêndio, cada segundo conta. Por isso, ao escolher um equipamento, é necessário verificar qual é a qualidade e a precisão da informação fornecida”, salienta o engenheiro Antonio José Almeida, diretor técnico da AMGE.

Em caso de incêndio, cada segundo conta. Por isso, ao escolher um equipamento, é necessário verificar qual é a qualidade e a precisão da informação fornecida
Antonio José Almeida

A qualidade do projeto e da instalação também tem impacto na qualidade do sistema de detecção. “Não adianta usar os melhores detectores se eles estiverem mal instalados, por exemplo, conectados todos a um mesmo cabo, em uma instalação não setorizada”, alerta o engenheiro. Um erro comum, nesse sentido, é não prever uma rede de eletrodutos exclusiva para o sistema de detecção e alarme de incêndio.

COMO COMPRAR?

Não adianta usar os melhores detectores se eles estiverem mal instalados, por exemplo, conectados todos a um mesmo cabo, em uma instalação não setorizada
Antonio José Almeida

Entre os detectores utilizados no Brasil há os termovelocimétricos, indicados para monitorar ambientes com presença de materiais que têm um início de combustão com muito calor e pouca fumaça. Esses equipamentos são especialmente úteis em locais sujeitos à presença de fumaça ou poeira, como em cozinhas e lavanderias.

Há, ainda, os detectores lineares de absorção de luz ou de feixe de luz projetado, usados para aplicações especiais, como em edifícios com grandes espaços abertos ou quando precisam ser montados em um teto muito alto. É o caso de hangares e de áreas abertas em shoppings.

A aquisição de detectores de fumaça deve levar em conta uma série de fatores, como a garantia oferecida pelo fabricante e a assistência técnica no pós-venda.

Outros requisitos que devem ser atendidos são:

• Resistência às possíveis mudanças de temperatura do ambiente, sem causar falsos alarmes;
• Resistência à umidade e à corrosão do ambiente, de acordo com a vida útil projetada pelo fabricante;
• O menor índice possível de alarmes falsos por poeira impregnada.

O fabricante deve fornecer todas as informações necessárias sobre os equipamentos, como temperatura, faixa e/ou parâmetros para atuação. Também é imprescindível avaliar a capacidade técnica do fabricante e dos instaladores.

Almeida recomenda exigir do fornecedor referências anteriores e seu histórico de obras. “O ideal é conferir as instalações que foram efetivamente aprovadas pelo Corpo de Bombeiros e as que se mantiveram operantes por um bom tempo. Isso porque há empresas que instalam detectores apenas para passar pela vistoria do Corpo de Bombeiros, mas que não se preocupam com a manutenção do sistema”, comenta.

Aliás, uma vez instalado, o sistema de detectores de incêndio deve passar por manutenção preventiva regular. A ABNT NBR17.240:2010 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio preconiza que a manutenção deva acontecer a cada três meses. A norma também define que a manutenção preventiva e corretiva seja executada por técnicos habilitados e treinados. Outra exigência é que, após a manutenção, o responsável pela execução apresente relatório assinado, citando as condições de funcionamento do sistema, com hora, data e período de garantia dos serviços executados.

Confira também: Como a Lei nº 13.425, de combate a incêndio, afeta a construção civil?

Colaboração técnica

Antonio José Almeida – Engenheiro eletricista, de segurança do trabalho, de telecomunicações e da computação. É diretor técnico da AMGE Security Systems.