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Como comprar aquecedor de água a gás?

Quantidade de pontos que receberão água aquecida simultaneamente e condições de instalação devem ser considerados no momento de escolha

Publicado em: 25/11/2022Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Juliana Nakamura

foto de uma pessoa segurando uma espátula e uma tabua com argamassa líquida em cima
(Foto: Shutterstock)

Associado a conforto principalmente por permitir acesso à água quente em diversos pontos da edificação, os aquecedores de água a gás são equipamentos que precisam ser bem dimensionados, escolhidos e instalados. Do contrário, corre-se o risco de falhas de segurança ou problemas de desempenho.


Aquecedor de passagem ou por acumulação?

Atualmente a indústria oferece duas tecnologias principais: os aquecedores de passagem ou instantâneos, e os por acumulação. Os primeiros entram em funcionamento somente quando um ponto de consumo é aberto, ou seja, operam conforme a demanda. Já os aquecedores por acumulação contam com um sistema de armazenamento onde a água é mantida aquecida aguardando utilização.

O que define a opção por uma ou outra tecnologia é, principalmente, a demanda de pico, que considera a quantidade de pontos de água quente (duchas e torneiras/misturadores) que terão uso ao mesmo tempo.

“Os aquecedores de passagem, embora sejam mais econômicos por utilizar gás somente na hora do consumo, têm uma limitação de demanda de pico”, comenta Leonardo Abreu, gerente de marketing da Rinnai Brasil. Por isso, para aplicações que exigem o uso de vários pontos ao mesmo tempo, como em hotéis, recomenda-se dar preferência ao aquecedor por acumulação.

Um critério fundamental no momento de comparar diferentes modelos de aquecedor de água a gás é a capacidade de litros por minuto, que se refere ao volume que o equipamento consegue aquecer simultaneamente.

Aquecedor de água manual ou digital?

Entre os aquecedores de passagem — os mais utilizados no Brasil — os modelos se diferenciam entre os mecânicos e os digitais. Abreu explica que os aparelhos mecânicos têm funcionamento simples e preço mais acessível. O controle de temperatura, porém, é manual. Esses produtos geralmente utilizam exaustão natural, no qual os gases da combustão são retirados do ambiente pela chaminé espontaneamente.

Mais caros e tecnológicos, os aquecedores digitais — também chamados de eletrônicos — oferecem ajuste de temperatura automático controlado por placa eletrônica em função do fluxo de água e da temperatura da água fria. Esses equipamentos, que podem dispor de recursos como display touch, utilizam exaustão forçada, com uma ventoinha para expulsar os produtos da combustão pela chaminé.

Pressão de água e eficiência

Antes de definir qual tipo de aquecedor a gás comprar, é necessário, ainda, observar outras características da instalação. Entre elas, a pressão de água. “De modo geral, os aquecedores de água a gás necessitam de uma boa pressão de água. Por isso, antes de adquirir um modelo, é importante consultar esta informação”, diz Paulo Galina, gerente de marketing na Lorenzetti.

Além disso, é necessário que haja um local para a instalação bem ventilado, preferencialmente área de serviço ou área externa. “O gás utilizado também é determinante, já que um produto que funciona com gás natural (GN) não pode ser utilizado com gás liquefeito de petróleo (GLP) e vice-versa”, pontua Galina.

Os aquecedores se diferenciam, ainda, quanto ao percentual de rendimento, ou seja, a relação entre o consumo de gás e capacidade de aquecimento. O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) classifica os aparelhos quanto a esse grau de eficiência, emitindo uma etiqueta que vai do nível A (mais eficiente) ao E (menos eficiente).

Requisitos para uma instalação segura

As instruções do Corpo de Bombeiros local são uma referência técnica que orienta a instalação de aquecedores de água a gás. Outras exigências a serem atendidas estão descritas na ABNT NBR 16.057: Sistema de aquecimento de água a gás — Projeto e instalação e na ABNT NBR 13.103: Instalação de aparelhos a gás — Requisitos.

A instalação de um aquecedor de água a gás requer cuidados e conhecimento específico para a realização. “Além de impactar no desempenho do produto, uma instalação malsucedida pode acarretar problemas graves, como o risco de vazamento de gases”, destaca Galina, reforçando que, por se tratar de produtos com muitas peculiaridades, a instalação deve ser realizada sempre por um profissional qualificado.

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Colaboração técnica

Leonardo Abreu – Publicitário formado e pós-graduado pela ESPM, é gerente de marketing da Rinnai Brasil e vice-presidente da Associação Brasileira de Aquecimento a Gás (Abagas).
Paulo Galina – Gerente de marketing na Lorenzetti. Atua na empresa há mais de trinta anos, exercendo funções em diferentes áreas. É formado em Administração de Empresas com MBA em Economia e Gestão Empresarial.