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Como aplicar massa com efeito de cimento queimado? Conheça os cuidados

Industrializadas e disponíveis no mercado, as massas tornaram a execução muito mais simples, podendo ser empregadas sobre pisos existentes

Publicado em: 10/12/2021Atualizado em: 25/10/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Efeito cimento queimado
A aplicação da massa com efeito de cimento queimado deve ser feita por profissional (Foto: w85/Shutterstock)

Nas paredes ou no piso, o efeito de cimento queimado é uma evolução do processo convencional, com a vantagem de o produto ser comprado pronto ou, dependendo da marca, exigir apenas sua diluição. De acordo com o especialista Ricardo Martins de Sá, instrutor de formação profissional na área de pintura na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, as massas industrializadas para efeito de cimento queimado geralmente são argamassas poliméricas que recebem aditivos, cargas minerais e polímeros, resultando em acabamento com aspecto rústico e, ao mesmo tempo, delicado.

As manchas possuem cores, tonalidades e formatos diferentes, tornando-se características do produto após finalizada a aplicação
Ricardo Martins de Sá

“As manchas possuem cores, tonalidades e formatos diferentes, tornando-se características do produto após finalizada a aplicação”, diz. As massas prontas e os produtos bicomponentes, que necessitam de preparação, possuem cores já de linha. Pode-se acentuar a cor, utilizando os corantes disponíveis nas lojas de tintas ou home centers. “O consumidor deve se certificar com o fabricante quanto à quantidade da adição”, orienta.

Dependendo da tecnologia, o produto pode ser aplicado em áreas internas e externas, e áreas úmidas como banheiro. Algumas massas cobrem revestimento de parede e outras são específicas para piso aplicadas sobre contrapiso seco ou curado. Além dos produtos que já vêm prontos, há aqueles que precisam ser preparadas, acrescentando água e catalisador.

“Ambos são excelentes, o que difere é a espessura informada pelo fabricante. O rendimento, sempre vinculado à demão e preparação, é de duas demãos com, no máximo, 1 mm de espessura para o piso. Com isso já se obtém o efeito”, comenta o especialista.

Concluída a aplicação da massa, o acabamento é feito com resina. “Existem resinas base água para piso, em acabamento fosco ou brilhante, com o acréscimo ou não de catalisador”, informa. Para o piso, o ideal são três demãos de resina para assegurar mais resistência e durabilidade. A manutenção em área interna de residência e, dependendo do tipo de comércio, pode ser feita com uma camada de cera líquida, sempre que houver necessidade.

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Execução

A aplicação da massa com efeito cimento queimado deve ser feita por profissional, utilizando EPIs, como luvas, óculos, joelheira e calçado de proteção. As ferramentas e acessórios empregados são as lixas, espátulas, desempenadeiras e misturadores. “É importante proteger com fita crepe o rodapé, se existir. Antes de começar a usar a massa, verificar e ter a certeza de que a área está limpa e seca. Procure trabalhar sempre no sentido em direção à porta”, recomenda.

Martins de Sá considera possível aplicar a massa sobre piso existente, desde que seja fosco e a preparação feita com cuidado. A etapa prévia envolve a retirada dos revestimentos soltos, limpeza para a remoção de limo e sujeiras, como gordura, e reparação das trincas do piso. “A execução de uma nova camada de cimento ACIII é essencial para nivelar e uniformizar o piso, utilizando a desempenadeira”, ensina. Após a secagem, um leve lixamento deve ser feito para eliminar marcas de rebarbas. Com a superfície limpa, é aplicado um fundo preparador que vai fixar partículas soltas de pó e deixar o piso menos absorvente para receber a massa de cimento queimado.

Patologias

As patologias que, eventualmente, venham a se manifestar no efeito cimento queimado são decorrentes da preparação incorreta da superfície. Trincas, desplacamento da massa e descascamento da resina são algumas delas. “Pode acontecer quando houve diluição excessiva do produto ou aplicação também em excesso de camada, sem aguardar o tempo de secagem, conforme orientação do fabricante entre demãos”, aponta Martins de Sá.

Cada fabricante possui sua tecnologia quanto à dureza e resistência da superfície a atritos ou abrasão ao limpar. Algumas massas de efeito podem aguentar a queda de algo pontiagudo, outras podem ficar marcadas. “Os fabricantes têm melhorado cada vez mais essa resistência”, ressalta. Quando aplicada em área externa, o ideal é não esperar encardir por completo para, depois, ter a intenção de eliminar a sujeira. “É muito importante entender que essas massas não escondem sujeira nem umidade”, diz, acrescentando que, antes de iniciar o trabalho é importante garantir que a superfície esteja limpa.

Vida útil

Efeito cimento queimado e porcelanato são propostas diferentes e belezas diferentes
Ricardo Martins de Sá

“Efeito cimento queimado e porcelanato são propostas diferentes e belezas diferentes”, destaca o especialista. O custo da massa é menor, pois o preço do porcelanato pode variar de acordo com o modelo e fabricante. Somam-se os demais custos com materiais como cimento, espaçadores, ferramenta ou máquina de corte, disco de corte, rejunte e o preço da mão de obra do profissional.

O porcelanato tem como objetivo durar mais, porém, tendo cuidado, o revestimento no efeito cimento queimado também dura. E a renovação pode ser feita sem gerar tanto entulho. “O importante é ficar claro que não se trata de qual material é mais resistente, mas o que se pode ter como alternativa. O quanto vai durar depende de como o revestimento está sendo usado e mantido dentro de um padrão de limpeza e conservação”, complementa.

Colaboração técnica


Ricardo Martins de Sá – Formado em cursos de efeitos decorativos na Escola de Pesquisa e Divulgação da Arte (EPDA), Academia Brasileira de Artes (ABRA), Oficina Paulista de Artes (OPA), Instituto Paulista de Restauro/Casa do Restaurador e no Centro de Pinturas Especiais. Atua na especialidade desde 1996. É instrutor de formação profissional na área de pintura na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, desde 2006, onde é membro expert da pintura decorativa na Worldskills International.