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Como aplicar manta asfáltica? Entenda todas as etapas

Produto industrializado garante espessuras pré-definidas para a impermeabilização e com o melhor custo-benefício do mercado. Confira dicas de especialistas

Publicado em: 08/07/2021Atualizado em: 24/11/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Manta asfáltica
Para cada tipo de aplicação é necessário um cuidado específico (Foto: KarepaStock/Shutterstock)

A impermeabilização com manta asfáltica é indicada para os mais diversos tipos de obra. Tem ótimo desempenho tanto numa pequena construção quanto em empreendimentos de grande porte, como uma ponte. De acordo com Marcelo Ming, vice-presidente de Marketing do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), a manta asfáltica é um dos produtos impermeabilizantes existentes com maior versatilidade e melhor custo-benefício do mercado no mundo. Caracteriza-se pela ampla variedade de resistência, flexibilidade e espessura.

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“Mas é importante ressaltar que para cada aplicação é necessário um cuidado específico”, alerta, informando que, quando o sistema de manta asfáltica fica totalmente exposto ao sol e chuva, é indicada uma manta com acabamento em alumínio ou grânulos de ardósia. Outra opção é a proteção mecânica sobre a manta asfáltica para poder receber tráfego de pessoas ou até de veículos.

No caso de instalação de floreira sobre a laje impermeabilizada com o produto, é necessário utilizar uma manta antirraiz ou pintura antirraiz sobre a proteção mecânica, para inibir o crescimento de raízes, que prejudicam o sistema. É possível, também, projetar um sistema impermeabilizante com o material para banheiro ou piscina, que geralmente recebe revestimento cerâmico sobre o sistema.

Características

A manta asfáltica é um produto industrializado, composta por asfalto, polímeros que podem ser elastoméricos ou plastoméricos. Conta, também, com estruturante que pode ser de polietileno, fibra de vidro ou de poliéster e cargas minerais. Existem ainda mantas asfálticas com acabamento de polietileno, alumínio, ardósia e areia.

Por se tratar de produto pré-fabricado tem a vantagem das espessuras definidas, que podem ser de 3, 4 ou até 5mm. Com isso, toda a área a ser impermeabilizada vai ter, no mínimo, a espessura aplicada. “No caso dos pré-moldados in loco, há a possibilidade de a espessura variar para mais ou para menos”, diz. Outra característica é com relação ao posicionamento do estruturante da manta asfáltica, que estará localizado sempre no meio da manta asfáltica. No sistema moldado in loco, o estruturante pode variar a sua posição pela não constância da espessura e da não regularidade da superfície.

Cuidados antes da instalação

Para a aderência da manta em toda a área, incluindo rebaixos, aplicar o primer asfáltico, que pode ser a base água ou solvente
Marcelo Ming

O primeiro passo é proceder à limpeza do local, eliminando resíduos, restos de argamassa, madeiras, pontas de ferro, graxa, óleo ou partículas soltas. Se necessário, o local pode ser lavado com hidrojateamento ou com escova de aço e água. “Para a aderência da manta em toda a área, incluindo rebaixos, aplicar o primer asfáltico, que pode ser a base água ou solvente. É preciso aguardar a secagem antes da colagem das mantas asfálticas, o que pode ser feito com maçarico ou asfalto a quente”, explica.

Diante de anomalias na superfície a ser impermeabilizada, é preciso providenciar reforço estrutural prévio. Os problemas vão desde trincas na superfície até falhas na concretagem. Ou mesmo quando houver necessidade de uma sobrecarga na estrutura não prevista anteriormente. Ming ressalta que, nesses casos, é necessário chamar um calculista que vai verificar toda a estrutura e indicar um especialista para realizar o reparo. “Realizar o ajuste sem acompanhamento técnico é perigoso e pode comprometer toda a estrutura de uma construção”, alerta.

Preparação do produto

As ferramentas utilizadas para a aplicação do primer são trincha, broxa, pincel ou rolo de pintura. Para a instalação das mantas asfálticas a fogo, é empregado o maçarico. Já a opção de aplicar o asfalto quente exige um aquecedor de asfalto para derreter o material e aplicar com vassourão de juta ou de algodão.

A preparação do produto é feita com maçarico de boca larga e gás GLP. “Aqueça o primer e a parte inferior da manta asfáltica. A aplicação da manta com asfalto derretido deve ser realizada com vassourão de juta ou de algodão ou regador metálico entre a superfície e a manta asfáltica”, ensina.

Passo a passo da instalação

Para a colagem da manta asfáltica, é preciso abrir totalmente a primeira manta, deixando-a alinhada e, em seguida, deve ser enrolada novamente. “Fixe a manta, desenrolando-a aos poucos e fazendo sua queima com maçarico, ou a colagem com asfalto derretido. Aperte bem para evitar bolhas ou enrugamentos. Aplique a manta sempre no sentido contrário ao do caimento das águas – do ponto mais baixo para o mais alto”, explica Ming, acrescentando que a operação deve se repetir, fazendo uma sobreposição de 10 cm entre as mantas, para promover a aderência.

A parte da manta sobre os ralos precisa ser “fatiada em forma de pizza” – como no tratamento dos ralos –, dobrada para dentro e fixada, sempre fazendo a queima com maçarico ou a colagem com asfalto derretido. Nos cantos, a manta aplicada na superfície deve avançar 10 cm no sentido vertical, assim como a manta aplicada na superfície vertical deve avançar 10 cm no sentido horizontal. “Faça a fixação e a união na área de sobreposição, de novo queimando ou colando”, fala.

Exemplo de colagem em laje

No caso da instalação das mantas asfálticas em laje externa de um edifício, depois da limpeza e tratamento de eventuais fissuras, deve-se regularizar a superfície. De acordo com a ABNT NBR 9575, isto é feito aplicando areia e cimento, com caimento para os ralos de, no mínimo, 1% de queda. “Quanto maior esse caimento, melhor. Já para áreas internas, o caimento pode ser de, no mínimo, 0,5%”, orienta Ming.

Depois da curada a regularização, o primer é aplicado. A próxima etapa é a instalação da manta asfáltica, sempre lembrando de usar os EPIs adequados, como luvas, óculos, roupas próprias e máscaras. O especialista recomenda fazer o biselamento nas emendas das mantas, para dar melhor acabamento. Outra providência é tamponar todas as saídas de água dos ralos e fazer o teste de estanqueidade da impermeabilização.

Depois de aplicar a manta asfáltica, tampe os ralos. Encha a área com cerca de 5 cm de água, por, no mínimo, 72 horas, para verificar se há algum vazamento
Marcelo Ming

“Depois de aplicar a manta asfáltica, tampe os ralos. Encha a área com cerca de 5 cm de água, por, no mínimo, 72 horas, para verificar se há algum vazamento. Se não for identificado nenhum vazamento, todos os ralos devem ser abertos, para evitar problemas futuros de infiltração”, orienta, lembrando que a água utilizada no teste não deve ser ingerida por pessoas ou animais. Finalizada essa etapa, resta aplicar o revestimento final, conforme projeto.

Mas, caso observado algum tipo de vazamento, é preciso fazer o reparo com a própria manta asfáltica e repetir o teste de estanqueidade. Se o sistema de impermeabilização foi projetado para não ter nenhuma proteção mecânica, a laje já estará pronta. Se ela foi projetada com algum tipo de proteção mecânica, esta deverá ser executada conforme projeto.

Colaboração técnica

Marcelo Ming
Marcelo Ming – É Engenheiro Civil pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (1999), com pós-graduação em Gestão Empresarial com Ênfase em Finanças pela Fundação Escola de Comercio Alvares Penteado – FECAP. Ocupa a gerência Comercial da Sika e membro de seu Comitê Executivo. Vice-presidente de Marketing do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), representa a entidade no Comitê Brasileiro de Impermeabilização - CB 22.