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Cobertura de casas de praia exige estudo

Reação às condições climáticas e tipo de arquitetura devem ser considerados durante a especificação

Publicado em: 25/08/2014Atualizado em: 19/09/2014

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Redação AECweb / e-Construmarket

Casa de praiaProjeto: Sidonio Porto
Foto: Romulo Fialdini

Projetar e construir edificações para regiões litorâneas pode apresentar um desafio a mais para os profissionais da construção civil. Afinal, as áreas costeiras têm características únicas, como a maresia, que reage de diferentes maneiras com os materiais normalmente utilizados nas obras. Entre as estruturas que requerem atenção especial está a cobertura da edificação. “A escolha do tipo de cobertura está ligada ao caráter que o autor pretende imprimir ao projeto. Assim, as coberturas poderão ser planas com pé-direito baixo, alto ou misto. Poderão, ainda, ser da mesma forma, com superfícies inclinadas com poucos ou vários planos. Em todos os casos, visando ou não a iluminação e/ou ventilação naturais”, explica o arquiteto Sidonio Porto, titular do escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, lembrando que todas essas escolhas são baseadas no tamanho e na localização do terreno, sua orientação em relação ao sol, ventos dominantes, vistas, opções estéticas, entre outros fatores.

Casa de praiaProjeto: Sidonio Porto
Foto: Romulo Fialdini

A escolha do tipo de cobertura está ligada ao caráter que o autor pretende imprimir ao projeto. Assim, as coberturas poderão ser planas com pé-direito baixo, alto ou misto. Poderão, ainda, ser da mesma forma, com superfícies inclinadas com poucos ou vários planos. Em todos os casos, visando ou não a iluminação e/ou ventilação naturais

Dentre as soluções que podem ser empregadas em edificações litorâneas estão as telhas cerâmicas, porém, esse produto necessita ser impermeabilizado para reduzir o efeito da cristalização dos sais de areia, que gera esfarelamento do acabamento. Outro cuidado é manter uma boa ventilação sob o telhado, para evitar o escurecimento ou surgimento de mofo nas peças. “As telhas cerâmicas são utilizadas há muitos séculos, até pelo seu baixo custo, simplicidade de instalação, resultado estético final, durabilidade e facilidade de manutenção. Tais vantagens explicam sua ampla aceitação”, destaca Porto. Alternativa também é a telha de concreto, entretanto, nesse caso, o mais indicado são as que contam com camada de verniz acrílico para garantir um telhado limpo por mais tempo. Já nas casas com coberturas planas, é possível utilizar as telhas de fibrocimento sem amianto, lajes impermeabilizadas com uma camada de argila expandida que proporciona melhor conforto térmico, ou ainda o telhado verde.

Cada material reage de forma diferente ao meio ambiente. O excesso de salinidade ataca o aço e até o alumínio por oxidação, que poderão ter sua durabilidade aumentada com tratamentos como pintura ou anodização. Por outro lado, os ventos quentes, frios ou úmidos, o intenso calor e temporais ocasionam erosão nas superfícies das coberturas

O tipo de telha ou laje não são as únicas preocupações do projetista, já que a arquitetura da edificação direciona para uma solução ou outra. “Cada cobertura terá o tratamento e o acabamento em função das escolhas iniciais. Assim, as superfícies planas geralmente são impermeabilizadas com o uso de mantas, já as inclinadas têm como alternativas as telhas de cerâmica, concreto, louça, vidro, PVC e até mantas impermeabilizantes. As placas cimentícias e as chapas de alumínio ou aço, com ou sem isolação térmica são alternativas viáveis”, afirma Porto. A inclinação da cobertura é outro fator que influencia diretamente no tipo de telha a ser especificada. “Cada alternativa requer uma inclinação específica em função do desenho e perfeição de seu encaixe. Além disso, é sempre recomendável uma subcobertura que, além de isolação térmica, protege os ambientes internos de eventuais vazamentos por quebras de telhas”, complementa.

MARESIA, VENTOS E TEMPORAIS

O preço, o resultado estético, a durabilidade, qualidades como isolação térmica, reflexão de calor, estanqueidade, maneabilidade, facilidade de manutenção, trocas eventuais, resistência ao pisoteio nas constantes limpezas, entre outras, darão a nota final em termos de sustentabilidade

O arquiteto ressalta ainda que é preciso conhecer como as condições regionais, como a maresia, ventos e fortes temporais, impactam nos vários tipos de cobertura. “Cada material reage de forma diferente ao meio ambiente. O excesso de salinidade ataca o aço e até o alumínio por oxidação, que poderão ter sua durabilidade aumentada com tratamentos como pintura ou anodização. Por outro lado, os ventos quentes, frios ou úmidos, o intenso calor e temporais ocasionam erosão nas superfícies das coberturas”, adverte, reforçando a importância da impermeabilização da cobertura. “As superfícies porosas das telhas de concreto ou cerâmica ficam mais protegidas e duráveis quando tratadas com um produto impermeabilizante”, diz.

Casa de praiaProjeto: Sidonio Porto
Foto: Romulo Fialdini

Entre tantas opções de materiais para cobertura, para eleger a alternativa mais sustentável é preciso avaliar qual oferece um conjunto de vantagens no balanço final e na avaliação do custo-benefício. “O preço, o resultado estético, a durabilidade, qualidades como isolação térmica, reflexão de calor, estanqueidade, maneabilidade, facilidade de manutenção, trocas eventuais, resistência ao pisoteio nas constantes limpezas, entre outras, darão a nota final em termos de sustentabilidade”, fala o arquiteto, explicando que todos esses são critérios que influenciam na especificação da cobertura. “São pontos que presidem sempre as decisões em todos os processos de especificação de um projeto de arquitetura”, finaliza.

Quer buscar referências de projetos realizados por grandes nomes da Arquitetura brasileira? Veja o álbum de coberturas de casas de praia no Facebook do Portal AECweb.

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Sidonio Porto
Sidonio Porto – Responsável pelo escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, em São Paulo, tem executado projetos de conjuntos industriais, centros administrativos, residências, hotéis, clubes, conjuntos de cinemas, garagens de ônibus, terminais de carga, parques rodoviários e prédios de escritórios. Participou das bienais de arquitetura tendo sala especial na 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e outras exposições nacionais e internacionais. Recebeu vários prêmios, como o Rino Levi do IAB-SP, prêmio AsBEA de arquitetura industrial, prêmio Governador do Estado, entre outros.