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Centrais misturadoras de concreto priorizam qualidade produtiva

Para o cumprimento de prazos e maior volume de produção, esses equipamentos estão ganhando mais espaços em grandes empreendimentos de infraestrutura no país

Publicado em: 01/10/2013Atualizado em: 11/12/2013

Texto: Redação PE

A alta demanda de produção de concreto em curto prazo exige mobilização e tecnologia no segmento de usinas de concreto. Com a constante necessidade de atingir padrões mais altos de qualidade, fabricantes investem pesado em um equipamento que influi diretamente na produtividade nos canteiros e andamento das obras: as centrais misturadoras, responsáveis pela mistura de materiais que vão compor o concreto (cimento, areia, brita, água e aditivos).

Estimativas de especialistas do setor apontam que as centrais dosadoras, responsáveis apenas pela a dosagem dos insumos do concreto no balão do caminhão betoneira, representam mais de 90% do consumo no mercado brasileiro. Em contrapartida, as centrais misturadoras suprem lacunas importantes em projetos de infraestrutura, como obras de hidrelétricas, que demandam usinas misturadoras de 80 a 150 m³/h de capacidade.

A maior qualidade e a produtividade superior das centrais misturadoras resultam em maior custo-benefício compensam a maior carga tributária desembolsada pelas empreiteiras que as utilizam.

Cada unidade é instalada se adaptando à realidade dos canteiros com a missão de produzir o concreto no local da obra. De acordo com engenheiros, a eficiência das misturadoras chega a ser 15% maior que a das dosadoras, já que se conseguem misturas mais homogêneas e econômicas, graças ao melhor fator água/cimento.

Aplicabilidade

Na construção do novo bairro Ilha Pura na cidade do Rio de Janeiro, o consórcio formado pela parceria entre a Carvalho Hosken e a Odebrecht Realizações Imobiliárias optou pela utilização de usinas misturadoras para produzir maior volume de concreto possível. A previsão é de que 430 mil m³ de concreto sejam produzidos e consumidos até a conclusão do empreendimento.

Duas instalações do modelo M2 da empresa alemã SCHWING-Stetter estão presentes nos canteiros dessa obra. Segundo a empresa, esses equipamentos produzem em 30 segundos o que uma unidade dosadora produziria em sete minutos, permitindo um rompimento de 95% e representando uma economia de 8 a 10% no sistema. A central permite ainda a instalação de balanças de microsílicas, gelo, de fibra de aço e de polipropileno de acordo com as necessidades de cada cliente e as especificações de cada obra.

Empresas como a SCHWING-Stetter, Liebherr, Terex, Zoomlion e Menegotti não param de avançar tecnologicamente na oferta de centrais misturadoras que a cada ano, incorporam sistemas de automação cada vez mais avançados, além de ampliar a capacidade produtiva. Esses fabricantes apostam na maior produtividade desses modelos como diferencial competitivo.

A Zoomlion trouxe para o mercado brasileiro uma gama de centrais misturadoras totalmente automatizadas, com ciclos de carga e mistura de 38 a 42 s, o que permite calcular que a produção é de pelo menos 2 m³/min de mistura homogênea e com traço aferido. A Terex também foca nas misturadoras com quatro modelos de forte apelo à facilidade de montagem e manutenção. Um dos equipamentos, com capacidade de 76,5 m³/h, é fabricado no Brasil e tem como caso de sucesso a operação pelo 1º Batalhão de Engenharia de Construção (DEC) do Exército brasileiro, na unidade de São Gonçalo do Amarante, a 40 km de Natal (RN).

Componentes misturadores

Durante as operações, os misturadores são componentes cruciais para a qualidade da produção de um concreto mais homogênio nas centrais. Eles contribuem diretamente para que a distribuição dos agregados e do cimento seja uniforme em toda a mistura.

Os mais usuais no mercado brasileiro são os modelos com dois eixos em posição horizontal e os planetários, cujos braços giram em torno de um eixo vertical para a movimentação dos agitadores e pás. Para quantidades menores de produção, abaixo de 2 m³ por ciclo, os misturadores com apenas um eixo horizontal mostram maior eficiência na produção de materiais mais secos e nas misturas com agregados de maior diâmetro. Já os de duplo eixo são indicados para grandes obras de infraestrutura, pois são equipados para atender volumes maiores de produtividade.

A Schwing-Stetter equipa suas usinas com misturadores de dois eixos horizontais, cada um deles girando os braços em sentido inverso ao outro para a mistura da massa, que produzem até 6 m³ por ciclo. Além disso, o software que controla a central foi desenvolvido no Brasil, de acordo com as necessidades do mercado nacional.

No caso das centrais da Liebherr, o ciclo de produção do misturador, que constitui o tempo para que o equipamento conclua uma batelada de concreto, varia de 25 a 30 segundos. Os equipamentos de duplo eixo horizontal da marca estão disponíveis em modelos que produzem de 2,25 a 6 m³ de concreto adensado por ciclo.

Fonte: Ricardo Lessa - Presidente da Schwing-Setter
Foto: Divulgação Schwing