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Cavaletes são equipamentos indispensáveis em qualquer canteiro

Optar por material de boa qualidade garante a segurança dos trabalhadores que executam tarefas em altura. Quantidade e carga suportada pela solução varia conforme o tipo de obra

Publicado em: 25/11/2021Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Cavaletes
Existem muitas variáveis que devem ser consideradas no cálculo da quantidade de cavaletes necessários em um canteiro (Foto: karegg/Shutterstock)

No canteiro de obras, frequentemente os profissionais precisam realizar trabalhos em altura. Amarração de ferragens em pilares e vigas, assentamento de tijolos ou blocos, aplicação do reboco nas paredes, além da montagem dos sistemas elétrico e hidráulico são algumas das atividades que pedem uma estrutura de elevação. Para atender à demanda, as construtoras costumam utilizar cavaletes.

Cavaletes são usados nos serviços manuais em que a altura fica acima de 1,40 m
Lázaro Monteiro de Oliveira

“Eles são usados nos serviços manuais em que a altura fica acima de 1,40 m; por exemplo, nas instalações de esquadrias e estruturas para gesso ou em diversas situações em que o profissional deve estar posicionado com segurança e estabilidade”, detalha Lázaro Monteiro de Oliveira, sócio-fundador da Equipaobra. “Outros exemplos são a execução de pinturas e demais tipos de acabamentos”, complementa Luciano Wieczorek, sócio-diretor do Grupo IW8.

Existem diferentes variáveis que devem ser consideradas no cálculo da quantidade de cavaletes necessários em um canteiro. Entre elas está a possibilidade de realizar simultaneamente os trabalhos em altura. “Se os prazos são reduzidos, uma maior disponibilidade agiliza a execução dos serviços, pois economiza o tempo de movimentação dos equipamentos de um local para o outro”, ressalta Monteiro.

Ter um cronograma de atividades e boa integração entre as equipes ajuda a determinar o número ideal de cavaletes. No entanto, segundo Wieczorek, não existe uma fórmula fechada e esse cálculo é bastante particular para cada projeto. “Há pontos que variam bastante, como o espaço disponível na obra, o tamanho do ambiente onde o trabalho acontece e as exigências das legislações municipais e estaduais”, enumera.

Tão importante quanto conhecer a demanda de cavaletes é saber exatamente qual a carga suportada. Essa e outras informações devem ser passadas pelo fabricante, mas, segundo Wieczorek, o padrão é que o par de cavaletes suporte uma carga de 300 kg.

Leia também: Trabalhos em altura exigem instalação cuidadosa de linhas de vida

Escolhendo o cavalete ideal

Os cavaletes metálicos têm que ser adquiridos com cuidado no mercado. A construtora deve sempre optar por produto com garantia de desempenho e oferecido por fabricantes comprometidos com a padronização da produção e uso de matéria-prima de qualidade. “Os equipamentos precisam oferecer estabilidade, segurança e durabilidade. Ou seja, sem descarte prematuro devido a empenamentos e falhas estruturais”, afirma Monteiro.

É importante atenção do comprador para evitar que a busca pelo produto se transforme na procura pelo menor preço, afinal não existe mágica no mercado do aço
Luciano Wieczorek

“É importante atenção do comprador para evitar que a busca pelo produto se transforme na procura pelo menor preço, afinal não existe mágica no mercado do aço”, complementa Wieczorek, indicando que a escolha deve ser norteada pelo atendimento às normas técnicas e durabilidade. “Outra recomendação é sempre solicitar toda a documentação técnica referente à solução que será adquirida”, destaca.

As peças metálicas oferecem uma série de vantagens, como a padronização, devido ao processo produtivo industrializado. Com isso, os fornecedores podem oferecer equipamentos com dimensões e resistência bem definidas, além de garantir a segurança das plataformas onde o operário do canteiro se posicionará para executar o trabalho em altura.

Os cavaletes metálicos podem, ainda, receber pintura industrial, proporcionando uma unificação de cores na obra. Por outro lado, a principal dúvida em relação ao equipamento está no custo do material, principalmente quando comparado com a solução fabricada no próprio canteiro. “No entanto, esse cálculo deve considerar também o tempo gasto para a montagem, o investimento na matéria-prima e o desperdício devido às sobras”, fala Monteiro.

Outro ponto negativo dos cavaletes moldados na obra é a incerteza quanto à sua real durabilidade. “Além da ausência de componentes de segurança ao usuário, cada vez mais exigidos para minimizar acidentes”, avalia Monteiro. A falta de padronização desses produtos também dificulta manutenções futuras, pois é complicado encontrar peças e/ou acessórios que funcionem bem com os equipamentos que foram montados sem seguir um projeto.

Cavaletes de madeira

Segundo Wieczorek, o uso dos cavaletes de madeira não é recomendado pelas normas técnicas. A Norma Regulamentadora Nº 18 (NR-18), por exemplo, determina que esses andaimes não podem ser utilizados em obras com mais de três pavimentos ou altura equivalente. “No geral, a interpretação dos documentos técnicos está proibindo a utilização dessa solução”, comenta o especialista.

Comprar ou alugar?

Uma dúvida comum entre os construtores é se vale mais a pena comprar ou alugar os cavaletes. “No nosso caso, em que os produtos permitem o uso prolongado dentro da construção, o mais indicado é adquiri-los, pois o custo é diluído por um tempo maior, indo do começo até as atividades finais da construção”, opina Monteiro. A possibilidade de reutilização também conta a favor da compra.

Além do tempo que o equipamento será utilizado, há outra questão que precisa ser analisada. “É preciso levar em consideração o espaço físico para armazená-los depois que a obra acaba. Se não há nenhum outro trabalho previsto para o futuro, que possa receber os cavaletes de um projeto que foi concluído, pode ser mais interessante gastar um pouco mais na locação”, comenta Wieczorek.

Também é necessário verificar a disponibilidade do produto na região em que está a obra. Em determinadas áreas do país, pode ser complicado localizar fornecedores que ofereçam o equipamento para locação. “Normalmente, o construtor tem andaimes disponíveis para alugar, já o cavalete simples é mais difícil de encontrar”, finaliza Wieczorek.

Confira dicas essenciais para alugar um andaime

Colaboração técnica

Lázaro Monteiro de Oliveira
Lázaro Monteiro de Oliveira — Sócio-fundador da Equipaobra, empresa onde atua há 24 anos e administra as áreas técnica e comercial. Atua no aprimoramento e desenvolvimento de novos produtos para o mercado da construção civil.
Luciano Wieczorek
Luciano Wieczorek — Sócio-diretor do Grupo IW8, empresa que fabrica uma ampla linha de maquinas, produtos e equipamentos para segurança, soluções de içamento, armazenagem e transporte, atendendo os segmentos da construção civil e indústrias.