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Bombas e projetores de argamassa elevam a produtividade da obra

Disponíveis no mercado para aquisição ou locação, os equipamentos proporcionam velocidade, economia e qualidade superior na aplicação de chapisco, emboço e gesso

Publicado em: 09/02/2022Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Bombas e projetores de argamassa
O lançamento mecanizado de argamassa melhora a produtividade na obra (Foto: Divulgação/Putzmeister)

Bombas e projetores otimizam o transporte da argamassa até a base de aplicação e são usados, também, para o bombeamento de gesso, grout, “farofa” de contrapiso e piso autonivelante. O lançamento mecanizado de argamassa em fachadas e paredes internas garante produtividade à obra e qualidade superior do chapisco ou emboço aplicados, quando se compara com o trabalho realizado manualmente.

O maior controle da produção, característica do sistema mecanizado, possibilita rapidez na aplicação de chapisco, que chega a ser 200% maior do que o serviço manual e, no caso do emboço, 100%
Victor Natenzon

“O maior controle da produção, característica do sistema mecanizado, possibilita rapidez na aplicação de chapisco, que chega a ser 200% maior do que o serviço manual e, no caso do emboço, 100%”, informa o engenheiro Victor Natenzon, COO da Anvi Equipamentos.

Para se ter uma ideia, um pedreiro aplica entre 10 e 20 m² de emboço por dia. Já com a projeção contínua, cinco trabalhadores chegam a fazer 400 m²/dia. A extensão e a resistência da aderência da argamassa aplicada também ganham, atingindo, respectivamente, 94% e 70% – índices que superam as exigências das normas técnicas brasileiras.

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Especificação

De acordo com o engenheiro Maximiliano Josef Wagner, diretor-geral da Putzmeister do Brasil, os critérios para escolha e especificação dos equipamentos de bombeamento de argamassa são simples e basicamente definidos pelo tipo de aplicação desejada. Natenzon explica que há três sistemas disponíveis para cada condição de canteiro.

• Central misturadora fixa e bomba no térreo: a argamassa é preparada no local e bombeada até o andar;
• Central misturadora portátil com material ensacado: realiza todo o trabalho no pavimento;
• Central misturadora portátil com abastecimento por bombeamento via seca: o sistema leva o material armazenado em silos ou sacos até o andar, onde estão os equipamentos de projeção.

A definição do melhor equipamento é feita pela obra com suporte técnico das empresas fornecedoras dos equipamentos.

Tipos de bombas de projeção

Wagner detalha as funções e usos das bombas de argamassa helicoidal (rotor e estator); por pistão; e por arraste – ar comprimido. “O equipamento helicoidal, nos nossos modelos básicos (MP 25 e S5), permite desde o transporte simples de argamassa até projeção direta na parede”, diz, acrescentando que os modelos mais compactos também podem ser usados para aplicações de gesso.

O maior deles pode ser equipado com compressor para, simultaneamente, efetuar o transporte da argamassa ou projeção na parede. Executa operações de injeção de argamassa em formas ou aplicações específicas, como grauteamento de torres eólicas. “As bombas do tipo helicoidal requerem troca periódica do sistema de bombeio, ou seja, do estator e rotor”, completa.

A bomba de argamassa por pistão (P13) é destinada a aplicações mais robustas, incluindo maior tolerância para a inclusão de impurezas na argamassa. Também pode ser equipada com compressores, permitindo a aplicação direta, projetando sobre a parede. Segundo Wagner, a grande vantagem desse modelo de bomba é a baixa manutenção do sistema de bombeio, assim como maior capacidade para vencer distâncias e alturas.

Já a bomba de argamassa por arraste – ar comprimido é empregada, basicamente, para o transporte de argamassa, semiúmida, conhecida como “farofa” de contrapiso. O princípio de funcionamento é basicamente por arraste, utilizando o ar comprimido como meio de transporte. “Os equipamentos Putzmeister podem ser fornecidos com o compressor de ar já integrado, movidos a diesel ou elétrico. Cada aplicação irá definir a melhor escolha”, informa.

“Entre nossos produtos, a Anvijet 120 é muito usada para projeção de argamassa em paredes de EPS, projeção de monocapa, revestimento interno e fireproofing. Já o equipamento 400 é ideal para reboco em fachadas, jateamento de chapisco e reboco em taludes, além de bombeamento de argamassa para preenchimento de estacas raiz e de fireproofing. E o modelo 600/650 tem uso no bombeamento de grout em obras de alvenaria estrutural e para aplicação de piso autonivelante”, explica o COO da Anvi.

Ao contrário da argamassa, o gesso deve ser misturado muito rapidamente com a água e usado imediatamente. “Temos um equipamento específico para a projeção do gesso, a Duojet, que mantem o gesso em pó numa câmara separada do gesso misturado com água. Ele faz a mistura, bombeia até o local da aplicação e projeta o gesso sobre os blocos para o acabamento das paredes internas”, completa Natenzon.

Operação e treinamento

Os equipamentos de projeção são de fácil utilização, mas o treinamento da equipe é necessário, tanto para o operador do projetor como para a equipe de pedreiros. “A Anvi faz a entrega técnica dos equipamentos e o treinamento das equipes, constituído por instruções de manuseio, limpeza do equipamento, cuidados de segurança e o correto uso de EPIs. Os participantes recebem certificado que comprova o treinamento no uso de projetores”, expõe Natenzon.

A Putzmeister recomenda aos clientes um novo treinamento e visita técnica caso façam a substituição de operadores ou se o equipamento permanecer por muito tempo inoperante. “Essas recomendações fazem parte do item ‘Inspeções Periódicas de Segurança’ descritas nos manuais”, aponta Wagner.

Manutenção dos equipamentos

O empreiteiro e a construtora devem garantir que a instalação elétrica da obra é suficiente para alimentar corretamente os equipamentos. Segundo Natenzon, o fornecimento de água aos projetores e a organização de um sistema de abastecimento de argamassa também são essenciais. “Nossos engenheiros orientam e fazem a verificação da instalação elétrica e hidráulica junto aos engenheiros da obra. São medidas simples, mas importantes para garantir o bom andamento do trabalho”, complementa.

Maximiliano Josef Wagner ressalta que cada tipo de equipamento requer cuidados específicos, mas limpeza e lubrificação são necessárias a todos. “A maioria dos produtos cimentícios são agressivos e secativos, ou seja, ‘viram pedra’ depois de um tempo. Todo equipamento que opera com esse tipo de material precisa ser muito bem lavado e lubrificado após o uso”, ensina, lembrando que essa prática assegura a longevidade do equipamento e suas peças.

É fundamental fazer a escolha correta na hora de decidir e implementar a maneira de cuidar do equipamento. O fabricante é sempre o melhor parceiro a ser consultado
Maximiliano Josef Wagner

Ele conta que alguns clientes lavam seus equipamentos com produtos químicos, que deixam a máquina “brilhando”, porém, podem agredir as proteções superficiais e os componentes de vedação. “É fundamental fazer a escolha correta na hora de decidir e implementar a maneira de cuidar do equipamento. O fabricante é sempre o melhor parceiro a ser consultado”, aconselha Wagner.

É de suma importância, ainda, que usuários sigam as instruções e diretrizes dos manuais que acompanham os equipamentos; utilizem sempre peças e componentes originais; e efetuem periodicamente as inspeções de segurança.

Locação ou aquisição

As bombas e projetores de argamassa podem ser locados ou adquiridos por construtoras e empreiteiros especializados em projeção e transporte de argamassa. Wagner explica que a aquisição direta do fabricante é indicada para projetos de longa duração ou prestação de serviço permanente.

“Temos, também, equipamentos para locação, condição que se destina mais comumente aos casos de projetos de curta duração ou quando a aplicação é muito técnica e o cliente precisa de um equipamento diferenciado, com suporte técnico específico. É o caso típico de revestimentos de túneis ou grauteamento de estruturas em concreto armado”, afirma.

A experiência de Victor Natenzon revela que construtoras e empreiteiros preferem a locação dos equipamentos de projeção, pois recebem o equipamento quando precisam. “A equipe de pedreiros e gesseiros é treinada e a obra recebe acompanhamento constante, por meio de manutenções preventivas e corretivas. É a garantia de que os equipamentos estarão sempre prontos para uso. Quando concluído o serviço, a obra simplesmente pede a retirada do equipamento”, explica.

A locação evita que as construtoras façam investimento em ativos e logística de transporte dos equipamentos entre as obras. Também não precisam dispor de local para armazenar os equipamentos que não estão sendo usados ou manter funcionários qualificados aptos a fazer a reforma e manutenção dos equipamentos.

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Colaboração técnica

 
Maximiliano Josef Wagner – É Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), com especialização técnica em Engenharia de Soldagem / SLV Duisburg (Alemanha), em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com MBA em Operações Industriais na FGV & Ohio University (EUA). Tem 30 anos de experiência trabalhando na indústria de máquinas e equipamentos no Brasil e na Alemanha. É diretor-geral da Putzmeister do Brasil.
 
Victor Natenzon - É Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP, com pós-graduação em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas. Graduou-se no Owner/President Management na Harvard Business School. Há 10 anos é COO da empresa ANVI que é líder desde 1990 na fabricação e locação de equipamentos para mistura e projeção de argamassa. Há mais de 18 anos fabricando equipamentos de projeção, a ANVI esteve presente em mais de 8.500 canteiros de obra com seus equipamentos de mistura e projeção de argamassa e tem atuação nas principais obras residenciais e comerciais do Brasil.