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Biseladoras realizam cortes precisos em tubulações. Saiba usar

De fácil operação e dispensando a necessidade de manutenções corretivas, equipamento é usado, principalmente, em trabalhos que envolvem peças metálicas

Publicado em: 23/07/2019Atualizado em: 12/08/2019

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Biseladora opera com elevada precisão, segurança e velocidade (fotos: RachenStocker/ Shutterstock)

Executar o corte de tubulações é atividade comum em diferentes indústrias, como na construção civil. Para o resultado ser satisfatório, a tarefa demanda o uso de equipamentos específicos. É o caso da biseladora, que é portátil, apresenta fácil manuseio e praticamente dispensa manutenções corretivas. O equipamento tem a vantagem de operar com elevada precisão, segurança e velocidade.

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“Outros instrumentos podem ser empregados para fazer o bisel. Um exemplo é o torno, que realiza um bom trabalho. Porém, quando o tubo já está montado, o seu uso torna-se completamente inviável”, comenta Paulo Pellegrino, diretor Comercial da Aramat. As lixadeiras também são opção, no entanto, apesar de serem mais baratas, diminuem a produtividade e deixam a desejar na qualidade final dos tubos.

As biseladoras podem ser usadas em tubulações produzidas a partir de qualquer material, como aço, cobre e plástico
Sergio Bernardes da Silva

“As biseladoras podem ser usadas em tubulações produzidas a partir de qualquer material, como aço, cobre e plástico”, comenta Sergio Bernardes da Silva, titular da Asebesi Máquinas e Ferramentas. Contudo, é mais comum que o aproveitamento seja no manuseio de peças metálicas, afinal, o bisel normalmente é um artificio para soldagem. “Existem situações em que o equipamento é utilizado com polímeros, mas não é algo muito usual”, diz Pellegrino.

O Brasil importa a maioria das máquinas de biselar, com origem em diversos países, como China, Alemanha e Estados Unidos. “Porém, temos que pensar em assistência técnica, disponibilidade e durabilidade do equipamento”, argumenta Pellegrino. Por exemplo, não é possível utilizar uma biseladora com corpo de aço carbono para trabalhar à beira-mar ou empregar ferramenta muito simples para biselar material como duplex, superduplex ou para retirada de um inconel. “É preciso equipamento parrudo para isso, daí a importância do correto dimensionamento”, completa, lembrando que a máquina só vai apresentar defeito quando o usuário estiver precisando utilizá-la.

Tipos de materiais

Os equipamentos estão disponíveis em tipologias distintas, sendo que as bipartidas e as de fixação interna figuram entre as mais procuradas. As bipartidas são indicadas para situações em que a parede do tubo é muito grossa, ou nos casos em que a área disponível para o trabalho tem dimensões restritas. “Ela é muito usada no ramo offshore justamente por precisar de pouco espaço ao seu redor para operar”, exemplifica Pellegrino.

As biseladoras desse tipo, também conhecidas como externas por serem fixadas na parte de fora das tubulações, são ideais para a usinagem realizada em campo. Possibilitam ainda o corte a frio que não afeta termicamente as peças metálicas. “Porém, elas têm gama de trabalho muito menor e custo elevado, sendo que o setup dela por bisel também é mais demorado. Por isso, a aplicação da bipartida depende da situação”, comenta Pellegrino.

Por outro lado, as biseladoras de fixação interna precisam de mais espaço para operar, porém, permitem que o trabalho com uma série de tubos do mesmo diâmetro seja realizado de maneira mais prática e rápida. “Com o mesmo equipamento é possível, por exemplo, trabalhar com peças de cinco a 36 polegadas”, diz Pellegrino. Esse tipo de ferramenta também oferece o corte a frio, que não interfere nas propriedades dos metais.

“Os equipamentos também podem ser diferenciados pelo tipo de acionamento, que varia entre elétrico e pneumático”, ressalta Bernardes. Ter atenção a essa característica é importante, já que existem modelos que não geram faíscas — característica fundamental quando o trabalho está sendo executado em ambientes inflamáveis, como plataformas de petróleo ou indústrias químicas.

Operação e manutenção

De acordo com Bernardes, não é necessária mão de obra especializada para lidar com as biseladoras. “O profissional bem preparado consegue operá-la sem dificuldades”, comenta. Pellegrino concorda, dizendo que o trabalhador necessita apenas de treinamento simples de utilização e segurança. “As máquinas de fixação externa pedem preparação um pouco melhor, mas qualquer mecânico tem condição de operá-la”, compara Pellegrino.

Atenção necessária no uso das ferramentas está justamente na segurança. “Entre os cuidados indicados para a operação está o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs)”, destaca Bernardes. Luvas para prevenir cortes nas mãos, óculos que evitam que pequenos resíduos atinjam os olhos e camiseta de manga longa para proteger a pele contra detritos são algumas das vestimentas que o operador deve estar trajando.

São equipamentos relativamente simples, tanto na manutenção quanto na operação. No entanto, a qualidade é fundamental para atingir o rendimento esperado
Paulo Pellegrino

As biseladoras não pedem manutenções constantes, principalmente quando empregadas da maneira adequada. Basicamente, é preciso somente aplicar óleo na frequência pré-determinada e verificar o aperto dos parafusos. “São equipamentos relativamente simples, tanto na manutenção quanto na operação. No entanto, a qualidade é fundamental para atingir o rendimento esperado”, completa Pellegrino.

Comprar ou alugar?

É possível tanto comprar quanto alugar as biseladoras. “O fator determinante para essa escolha está no tempo de uso”, analisa Bernardes. Para Pellegrino, a opção por uma modalidade ou outra vai muito além da demanda do usuário. “Se a empresa ora faz um tubo pequeno, ora lida com outro maior, e trabalha com quantidades pequenas de materiais, a locação pode valer mais a pena”, indica.

Quando o trabalho com os tubos é contínuo, a compra do equipamento começa a ser mais interessante. Outra situação que influencia na escolha é a disponibilidade de mão de obra para possíveis reparos da ferramenta. Quando a empresa possui seu próprio corpo técnico, adquirir a solução em definitivo é vantajoso, no entanto, quando esses profissionais não estão disponíveis, pode ser mais seguro optar pelo aluguel.

Além da construção civil, as biseladoras são ferramentas usadas por distribuidoras e fabricantes de tubos; indústrias petrolíferas, metalúrgicas ou químicas; em plantas de engenharia e montagens industriais; e por instaladores de tubulações. “O preço da locação, geralmente, é 1/10 do valor do equipamento. Dependendo da situação, esse custo pode chegar a 1/8 do preço”, finaliza Pellegrino.

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Colaboração técnica

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Paulo Pellegrino — Técnico em Mecânica de Precisão. Especializado em tubulações metálicas, viaja o mundo em busca de equipamentos e processos para a atualização do parque fabril brasileiro. É diretor Comercial da Aramat.
 
Sergio Bernardes da Silva — Titular da Asebesi Máquinas e Ferramentas, empresa fundada em 1988 e que se especializou em venda, locação e manutenção de equipamentos para montagens industriais.