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Vale a pena ter aquecedor solar para chuveiro? Entenda como funciona

Economia de energia, maior durabilidade e menor impacto ambiental estão entre as vantagens. Conheça todas e saiba especificar

Publicado em: 01/03/2023Atualizado em: 02/03/2023

Texto: Juliana Nakamura

foto de uma pessoa segurando uma espátula e uma tabua com argamassa líquida em cima
(Foto: Shutterstock)

O aquecedor solar para chuveiro é composto por coletor solar, também conhecido como placa solar, que capta e absorve a energia do sol. Essa peça deve ser colocada em local ensolarado, normalmente sobre o telhado da residência. O outro componente é o reservatório térmico, responsável pelo armazenamento da água aquecida, onde é conservada quente por vários dias. O sistema não exige chuveiros especiais, podendo ser utilizado qualquer tipo disponível no mercado.

“Portanto é um aquecedor central e deve ficar próximo aos pontos de consumo”, informa o engenheiro Luiz Antonio dos Santos Pinto, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol). O chuveiro recebe a água quente e a água fria através das tubulações do sistema hidráulico do imóvel. “E como a água pode atingir elevadas temperaturas, o ideal é o emprego de tubos adequados, preferencialmente o cobre”, orienta.

O que é e como funciona um aquecedor solar para chuveiro?

Os registros do chuveiro alimentam o misturador que fornece água para o chuveiro. Na hora do banho, depois de abrir a água quente até que a temperatura se eleve, o que leva poucos segundos, basta abrir a água fria e ir temperando até o ponto desejado. “E apreciar um banho gostoso, saudável, sem custo e ecológico”, diz.

Dependendo da rede hidráulica da residência, o aquecimento de água pode ir além do chuveiro. Se houver tubulação hidráulica de água quente em todos os pontos de consumo, os moradores podem desfrutar desse benefício também em todas as torneiras.

Vantagens do aquecedor solar para chuveiro

Santos Pinto detalha, uma a uma, as vantagens do aquecimento solar:

Economia de energia

– Em residências dotadas de aquecimento solar para chuveiro ou para todos os pontos de água gera cerca de 40% de economia na conta de energia elétrica

Menor impacto ambiental

– O aquecedor solar não consome nenhuma fonte de energia que não seja a solar. Em poucos dias do ano, utiliza o apoio elétrico automático. Não gera resíduos, não faz barulho, portanto, ajuda a preservar o meio ambiente

Maior durabilidade

– A vida útil do sistema hidráulico e elétrico e do próprio chuveiro é elevada. O aquecedor solar dura mais de 30 anos e não prejudica a rede hidráulica. Como o chuveiro elétrico fica normalmente desligado, a resistência é menos desgastada

Desvantagens do aquecedor solar para chuveiro

Apesar de conhecido do mercado brasileiro há mais de 40 anos, ainda há crenças pouco técnicas entre os consumidores sobre o sistema também conhecido como termosolar. O presidente da Abrasol esclarece que não há qualquer desvantagem, como na instalação ou determinada pelas condições do clima, conforme explica:

Instalação mais complicada do que a elétrica

– A placa solar aquece e armazena a água quente no reservatório e, dele, sai o encanamento que vai até o ponto de consumo. “Não precisa de fio elétrico, disjuntor e proteção elétrica. Um bom instalador pode instalá-lo em menos de meio dia”, destaca.

Se a residência já estiver pronta e não possui encanamento de água quente, pode-se usar um misturador externo instalado abaixo de chuveiro e levar a água quente até ele através de encanamento vindo do aquecedor solar. Nas habitações mais simples, a tubulação leva a água do reservatório que está no telhado até o teto do banheiro e o chuveiro.

Dependência da luz solar

– O equipamento funciona até em dias chuvosos e é dimensionado para atender a demanda das residências por vários dias sem uma boa insolação. O que aquece a água é a energia do sol e não o calor do dia. “É claro que se o dia estiver ensolarado, com céu azul e alta radiação, maior será a temperatura de aquecimento”, explica, referindo-se às temperaturas médias da água entre 38 e 42° C, podendo, no entanto, chegar a até 90°C em dias muito claros e de muito calor. Em 98% do ano haverá água quente. Nos demais, entra automaticamente em funcionamento o apoio elétrico.

No caso das habitações de interesse social, como as do programa Minha Casa, Minha Vida, é instalada a placa solar com 2 m² acoplada ao reservatório sobre o telhado da casa. Nos dias mais nublados, quando o banho será menos quente, mas ainda confortável, entra em funcionamento a resistência do chuveiro elétrico.

Já nas demais residências, as placas posicionadas no telhado são interligadas com o reservatório que fica no forro. “O termostato existente no reservatório identifica quando a temperatura da água está abaixo da regulagem feita durante a instalação. Ele liga automaticamente, complementando o aquecimento”, expõe.

Quanto custa um aquecedor solar para chuveiro

O custo do sistema termosolar para chuveiro, considerando uma família de quatro pessoas, é de cerca de R$ 2,5 mil. O sistema se paga (payback) no período entre um e três anos.

Vale a pena comprar um aquecedor solar para chuveiro?

De acordo com Santos Pinto, vale a pena o investimento, pois o sistema proporciona melhor conforto do banho, principalmente no inverno. “Economiza dinheiro e contribui com a preservação do meio ambiente, sendo que esses são benefícios que seguem pela vida toda”, fala.

Dicas para a escolha certa

“Procure um bom ponto de venda especializado em aquecedor solar e exija um equipamento certificado pelo INMETRO. Se a empresa fabricante for associada à Abrasol, também é garantia de boa escolha”, conclui.

Leia também: Aquecedor solar é econômico?

Colaboração técnica

Luiz Antonio dos Santos Pinto – É Engenheiro de Produção Elétrica pelo Centro Universitário da FEI. Especialista em Engenharia de Energia, com ênfase na área de Energia Solar. Possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Atualmente é CEO da Solis Indústria e Comércio de Aquecedor Solar, é fundador e atual presidente da Abrasol, entidade que representa as empresas e profissionais de energia solar térmica no Brasil. Também é diretor do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) do CIESP, diretor do Departamento da Indústria da Construção e Mineração (Deconcic) da FIESP e diretor titular regional da mesma entidade na região da Alta Noroeste do estado de São Paulo. Integrou a Comissão de Estudo de Equipamentos e Sistemas para Aproveitamento Térmico da Energia Solar (CE-055:003.001) do CB-055 da ABNT, tendo participado da elaboração e aprovação de todas as normas e, atualmente, integra a Comissão de Estudos Especiais de Energia Solar Térmica (CEE-257/ABNT) da mesma entidade.