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6 dicas para especificar portas de correr de madeira

Indicadas para integrar ambientes e poupar espaço elas devem ser cuidadosamente projetadas para evitar problemas de funcionamento

Publicado em: 04/11/2020Atualizado em: 17/10/2022

Texto: Juliana Nakamura

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Porta de correr de madeira utilizada em projeto do arquiteto David Bastos (Foto: Tuca Reinés)

As portas de correr têm adquirido um papel cada vez mais importante em projetos de interiores. As razões para isso passam, em grande parte, pelo interesse crescente pela integração de ambientes sociais. Outros motivos que induzem a escolha desse tipo de porta são a necessidade de facilitar a circulação em ambientes pequenos e o apelo estético.

“Indicamos portas de correr quando desejamos integrar os ambientes completamente e o projeto possibilita que elas fiquem, o máximo possível, recolhidas na parede”, conta a designer de interiores Raquel Braga. “Essas portas são usadas quando o vão de passagem é maior que o comum, geralmente grandes passagens ou divisões de espaços. Elas também são opções quando não há espaço para abertura de giro de uma porta convencional”, acrescenta o arquiteto David Bastos.

Para que possam desempenhar o seu papel, as portas de correr devem ser confeccionadas sob medida por bons marceneiros. Ferragens, medição precisa e análise de interferência com outros elementos construtivos são pontos críticos que merecem atenção redobrada.

Confira a seguir algumas dicas para garantir bom desempenho às portas de correr de madeira:

Portas de correr de madeira - Produtos

1) Ferragens de qualidade

Ninguém quer uma porta de correr que fica travando ou saindo do trilho quando manuseada. Por isso, é fundamental que as ferragens utilizadas sejam de alta qualidade e dimensionadas de acordo com o peso e o tamanho da porta. “Devemos respeitar a proporção entre o tamanho da folha e a ferragem necessária para guiá-la”, conta Raquel Braga, que salienta a necessidade de recorrer a marceneiros profissionais, capazes de auxiliar o cliente na aquisição dos componentes mais adequados. “Também é importante orientar o usuário para manusear a porta adequadamente. Afinal, fechamentos bruscos são inimigos de qualquer porta”, continua a designer.

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A arquiteta Raquel Braga também utiliza portas de correr de
madeira em seus projetos (Foto: Divulgação)

2) Atenção ao dimensionamento


O tamanho e o peso da porta podem influenciar a estabilidade e o conforto do usuário na hora de abrir e fechar. De modo geral, portas muito leves com guias apenas no forro costumam balançar. "Para evitar problemas, costumo projetar portas mais pesadas, maciças ou de MDF revestido, com ferragem interna e, no mínimo, 4 cm de espessura", conta Braga. Ela recomenda, ainda, apostar em portas mais espessas quando o desenho tiver puxador em cava, para que a pegada não fique rasa demais.

3) Acabamentos variados

A escolha do acabamento depende do ambiente em que a porta será instalada e do efeito que se espera. “As portas de correr podem ser revestidas com papel de parede, tecido, couro, aço corten, espelho e até mesmo gesso”, conta o arquiteto David Bastos. Ele destaca a importância de dar atenção ao acabamento externo da porta. “Independentemente de ser laca, madeira natural, liso ou ripado, é importante conferir a amostra do lote e do tom previamente”, continua Bastos.

4) Detalhes e possíveis interferências

As portas de correr podem ter trilho aparente de alumínio ou aço, com diferentes tamanhos de roldanas. Elas também podem ser embutidas em paredes de drywall quando não se tem quase nenhum espaço para correr ou se deseja um efeito mais clean. O ideal é que a porta seja instalada no teto para que a passagem entre os ambientes não tenha interferências e para evitar o acúmulo de sujeira que possa prejudicar a movimentação dos trilhos. “Se houver forro de gesso, é sempre bom conversar com o marceneiro e com os outros profissionais da obra para firmar as guias no teto antes de fechá-lo”, diz Raquel Braga.

5) Instalação precisa

Uma instalação cuidadosa é imprescindível para o desempenho da porta de correr. “Portas embutidas em painéis, por exemplo, exigem forro de gesso e alvenaria bem alinhados”, explica Braga, reforçando a necessidade de se fazer uma medição fina antes da execução.

6) Boas práticas de manutenção

Quando produzidas com materiais de boa qualidade, as portas de correr de madeira ou MDF demandam pouca manutenção. Basta a limpeza periódica com pano seco ou levemente umedecido. Deve-se manter as guias, os rodízios e os trilhos limpos, já que a sujeira é um dos motivos mais comuns de emperramento. “Também é necessário dar manutenção às ferragens, especialmente em locais expostos à maresia”, destaca David Bastos. Ele recomenda a troca das ferragens sempre que preciso. “Usar uma porta de correr com algum componente danificado pode prejudicá-la de forma global”, alerta o arquiteto.

Colaboração técnica

David Bastos – Arquiteto e urbanista, possui escritórios em Salvador (BA) e São Paulo (SP), onde desenvolve projetos residenciais e comerciais de alto padrão.

Raquel Braga – Designer de interiores, atua no mercado há mais de 12 anos. Em escritório próprio em São Paulo, realiza projetos residenciais, comerciais e corporativos.