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Vacina contra a crise

Publicado em: 05/11/2008
Há uma fórmula simples e objetiva para garantir o emprego e o desenvolvimento em 2009, com crise mais ou menos aguda: Indústria da Construção Civil + Indústria Automotiva. É a vacina contra os efeitos da crise no Brasil. Se o governo tiver que enfocar seus investimentos, de olho no emprego, na renda, na arrecadação de impostos, basta assegurar que estes dois segmentos produtivos tenham crédito e projetos de desenvolvimento.

Se alguém duvida disso, faça as contas. Em 2007, de acordo com os dados do Construbusiness a cadeia da construção civil (que vai do fabricante de matérias-primas às corretoras que vendem imóveis) foi responsável por 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas geradas pelo Brasil. No mesmo período, o segmento automotivo respondeu por 22,11% do PIB.

Estes são os dois grandes setores da economia nacional, que empregam o maior número de trabalhadores e movimentam outros segmentos como vendas, serviços e a indústria de derivados, cimento, autopeças, combustíveis etc.. Tudo isso sem contar o grande potencial de crescimento, com o déficit habitacional, o desenvolvimento da construção civil e a demanda reprimida da indústria automotiva.

É claro que há outros segmentos produtivos essenciais, como a agroindústria, mas já há todo um sistema de financiamento e de apoio político ao agribusiness, que, em maior ou menor dimensão, com certeza receberão o que necessitam para produzir.

O que queremos deixar claro é que construção civil + indústria automotiva podem evitar desemprego, perda de renda, queda de arrecadação de impostos, e conseqüente redução de investimentos públicos e sociais.

Significa que não precisamos sofrer mais do que o inevitável no ano que vem. Nos Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália a maioria da população já tem o básico e o supérfluo. No Brasil, Índia, China, África do Sul e Rússia a situação é outra.

Mais de um bilhão de consumidores ainda sonha com o dia em que poderão fazer três refeições diárias, morar dignamente, ter saúde, educação, segurança e lazer.

Não podemos postergar, a cada nova crise cíclica, a integração destas famílias ao mercado consumidor.

Voltando ao Brasil, temos que manter e até acelerar o processo de mobilidade social ascendente, para que mais brasileiros tenham respeitados os direitos básicos da cidadania.

Há muitos ralos pelos quais se escoa o dinheiro público, agravados pela perversa burocracia que atravanca nosso desenvolvimento.

Senhor presidente Lula, ministros, congressistas, governadores, prefeitos, canalizando adequadamente os recursos públicos, não há porque o Brasil submergir em meio a um cenário de crise. Ao contrário, podemos aproveitar para crescer, para aperfeiçoar nosso processo de geração de riquezas, com o desenvolvimento do mercado interno e medidas a favor do crédito – bases do nosso crescimento.

Construção + Indústria Automotiva, austeridade nos gastos e programas sociais bem direcionados. Quantos países dispõem de uma vacina tão simples para crescer e se desenvolver em 2009, tenha a crise o tamanho que tiver?