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Projeto Luminotécnico ou distribuição de luminárias?

Publicado em: 17/07/2015

Normalmente inicio conversas com amigos engenheiros eletricistas, civis ou arquitetos, questionando se eles efetivamente conhecem a importância de um bom projeto luminotécnico. Que a luz é importante para a vida das pessoas, parece óbvio. Sem luz natural - do sol principalmente - simplesmente não haveria vida na Terra.

Mas, e sobre a iluminação artificial? Qual a influência que ela exerce sobre a vida em sociedade? Como ela pode facilitar o desenvolvimento das atividades cotidianas? Como a luz colabora para um aumento nas vendas do comércio? Como ela pode aumentar a produção de flores? Influenciar e viabilizar a execução de atividades médicas, cirurgias etc.?

Em qualquer ambiente escuro sempre procuramos, quase que mecanicamente, a existência de um interruptor para “acendermos a luz”. No entanto, a escolha da lâmpada, da luminária e a sua distribuição no ambiente é feita de forma pouco criteriosa. Muitas vezes, mais importante do que a ambiência, o conforto e adequação da iluminação ao ambiente são deixados de lado, privilegiando somente a distribuição de “pontos de luz” em uma planta. Ou senão, considera-se somente o efeito estético de uma luminária em um ambiente, sem analisar aspectos econômicos ou de consumo de energia.

Sendo assim, desenvolver um projeto luminotécnico é muito mais do que isso. É definir, através de técnicas e conhecimentos acumulados ao longo dos anos e experiências de diversos pesquisadores, qual o melhor sistema de iluminação, de forma a proporcionar condições para o maior aproveitamento do ambiente e permitir a execução de tarefas nesse local da maneira mais confortável, segura e eficaz, sem esquecer de aspectos estéticos e econômicos.

Mas, para o desenvolvimento de um bom projeto de iluminação, há a necessidade de se conhecer os fundamentos da iluminação. Para isso, uma boa formação em conceitos luminotécnicos se faz necessária, assim como as ferramentas de ótica/física - essenciais para entender como a luz se distribui e como fazer para dimensioná-la.

Uma forma bastante atual de avaliar como os rudimentos da luminotécnica são importantes no dia a dia de pessoas e empresas, é verificar a quantidade de projetos de retrofit em sistemas de iluminação que têm sido desenvolvidos. Por retrofit, entende-se como a substituição de um sistema de iluminação pouco eficiente (com grande consumo de energia) por outro com menor consumo e com, no mínimo, mesmo nível de iluminância (quantidade de luz no ambiente).

Em dias de crise energética e com elevação brutal dos custos de energia elétrica, consumir menos é fundamental. Mas usar simplesmente lâmpadas que consumam menos não é condição direta de bons resultados. Além do consumo, muitos outros fatores devem ser considerados. Sejam eles estéticos: capacidade de reproduzir as cores, aparência de cor, controle de ofuscamento etc.; ou quantitativos: quantidade de luz no ambiente, menor consumo e custo de energia elétrica, menor periodicidade e facilidade na manutenção (troca de lâmpadas), custos de instalação, reposição etc.

Nos últimos meses, quando se fala em substituição de lâmpadas existentes por outras mais eficientes para atender às exigências de redução de consumo de energia elétrica, somos “atropelados” por promessas de milagres que a tecnologia LED vem proporcionando aos quatro cantos. Mas a partir de qual momento essa tecnologia é viável? Sempre? Nunca? Quais parâmetros deve-se avaliar na hora de comprar uma lâmpada/sistema de LED? Para essas respostas, busca-se respaldo nas teorias que norteiam um projeto de iluminação e que devem ser profundamente conhecidas.