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Minha Casa, Minha Vida: A importância da evolução técnica

Publicado em: 01/04/2014

No último dia 26 de março, o Royal Institute of Chartered Surveyors (Rics) realizou em São Paulo o Rics International Summit – Brasil. A entidade em questão foi criada no Reino Unido, tem mais de trezentos anos de existência e, desde o final do século XIX, conta com a chancela da realeza britânica.

Poeticamente falando, a missão da organização é difundir o bem pela Construção Civil mundial e, em especial, no que se refere ao mercado imobiliário e o chamado Real State, vale a pena acessar o site da organização e saber um pouco mais do que ela trata.

Mas, voltando à conferência supracitada, dentre a variedade de temas tratados estava o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). Na verdade, chamou a atenção o tanto que o programa caiu no gosto dos palestrantes estrangeiros, notadamente os britânicos. Não é apenas pela oportunidade de investimento que representa, afinal, nosso déficit de moradias é milionário, mas principalmente pelo caráter social envolvido.

Em sua grande maioria os investidores internacionais estão representados por fundos de investimentos. A estes fundos, não basta apenas a análise básica do volume de dinheiro movimentado e retornado aos investidores, mas, também, fatores até pouco tempo negligenciados, tais como impacto social e ambiental. Deste modo, vem daí a razão do PMCMV despontar como um dos principais destaques.

Como dito, o evento é bastante amplo, funciona como uma feira livre, e, da mesma forma que há a barraca dos investidores, há também a dos planejadores e urbanistas. Neste sentido, foram apresentados projetos parecidos com o do MCMV. Alguns, inclusive, em países com o mesmo tipo de carência e idêntico extrato social, por exemplo, México e Colômbia. Mas também tomamos conhecimento de casos aplicados na própria Grã Bretanha, como o interessantíssimo aluguel social, onde a empresa privada responsável pelo loteamento vende parte dos imóveis e outra reserva para alugar durante 15 anos. Findado o período, esta reserva pode ser comercializada a preço de mercado.

No momento em que o grupo gestor, coordenado pelo Ministério das Cidades, se reúne para tratar da definição de especificações mínimas para projetos relacionados ao PMCMV, é importante saber que existem parceiros como a Rics e membros (pessoas físicas e jurídicas) que gravitam em seu entorno interessados, bem intencionados e prontos para cooperar na transformação de um projeto que, a despeito de seu viés fortemente político, poderá, no futuro, desde que fortalecido tecnicamente em todos seus aspectos, ajudar a resolver de forma definitiva o grave problema da moradia digna de milhões de brasileiros menos favorecidos.