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Legado?

Publicado em: 17/07/2015

A Folha de 7 de junho publicou um levantamento completo das mais de 30 obras de mobilidade urbana que não ficaram prontas antes da copa, conforme prometido, e que neste momento encontram-se paralisadas. Mais importante, quase todas já têm a previsão de custos - bilionária - revista à base de conta de multiplicação. 

Em 9 de junho, se não me engano, uma nova matéri foi publicada, agora informando que o déficit conjunto na manutenção de 8 dos 12 estádios desde o final da copa ultrapassa a R$ 120 milhões de reais. Estádios como o Nacional de Brasília confirmaram a previsão e se transformaram em elefantes brancos. 

No Estadão de 6 de junho, o arquiteto Guilherme Wisnik mostra a lógica, ou falta de, por trás de se construir por construir. Lembra que o México, conclamado a patrocinar uma copa em cima da hora, realizou-a com bastante brilho em 1986, sem que para tanto fosse construído sequer um único estádio.

A bem da verdade, Brasília tem dois Elefantes Brancos por conta desta história de legado da copa do mundo, pois há outro estádio com capacidade para mais de 20 mil pessoas construído há poucos anos e que hoje se encontra sucateado.

Nos últimos tempos nós, representantes do empresariado da construção civil, têm recebido merecido destaque, tanto por parte do governo, quanto por parte da mídia, em virtude dos bons projetos que dispõem para enfrentar os grandes desafios envolvendo infraestrutura e moradia. Esperamos que utilizemos esta oportunidade para que se faça valer o bom senso na realização de grandes projetos e que, sob nenhuma justificativa, nem mesmo a de movimentação da economia, aceitemos fazer parte, e, portanto, validar, outra vez, ideias megalomaníacas como as que pariram tais elefantes.