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Imóvel abaixo da inflação: é hora de comprar?

Publicado em: 30/06/2014

De acordo com a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgada em maio deste ano, a alta do preço dos imóveis — 2,98% — está abaixo da inflação no acumulado de 2014 — 3,32% —, segundo o índice FipeZap. Com isso, registra-se uma desaceleração pelo sexto mês consecutivo. Assim, o mercado se mostra mais propício para compra, tendo a perspectiva de mais queda nos próximos meses.

Mas antes de sair correndo para fechar negócio é preciso ter cautela e avaliar bem a situação financeira em que se encontra. A primeira dica é que, caso vá comprar imóvel apenas para investimento, tenha em mente que as projeções para os próximos anos não possuem mais a grande rentabilidade que vinha tendo por causa de uma já sentida estabilização no mercado. Contudo, se for uma casa para morar, a situação é diferente e outros pontos devem ser levados em conta.

Se a realização do sonho da casa própria já estava nos planos, é preciso pensar em qual a melhor forma de comprar um imóvel. Comprar à vista, sem dúvida nenhuma, é um ótimo negócio, pois não paga juros e também tem a vantagem de conseguir um bom desconto na maioria das vezes.

Mas, ainda assim, é preciso estar ciente de que há gastos extras que representam uma alta quantia com taxas cartoriais e bancárias, além de itens como mudança, condomínio e mobília, por exemplo. As famílias não pensam nesses aspectos e acabam se endividando.

Entretanto, sabemos bem que pagar à vista é a realidade de uma minoria. Então, uma boa alternativa para quem não tem urgência em mudar e tem disponibilidade de uma verba de investimento mensal é o consórcio. Neste caso, se pagará menos e, se tiver sorte, poderá ser sorteado e ganhar a casa rapidamente, além de poder economizar para dar um lance.

Depois dessas opções vem o financiamento, que também é uma opção de compra. Mas faço um adendo: ao comprar uma casa financiada é preciso ter ciência de que se estará firmando um compromisso mensal. A orientação que sempre dou para poupar é fazer uma estimativa dos gastos totais, avaliar quanto falta para atingir o montante e diagnosticar quanto pode ser guardado por mês para dar conta das despesas. Além disso, é importante saber que existem os juros, que somados ao longo do contrato podem significar o pagamento de até duas ou três casas.

No caso de pagar aluguel, o financiamento pode ser uma ótima alternativa, deixando de pagar esse valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu. Se a pessoa não pagar aluguel, uma ótima alternativa é guardar o valor da prestação do financiamento em qualquer tipo de investimento conservador. Assim, em sete ou oito anos poderá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que, com o dinheiro aplicado os juros trabalham a seu favor, enquanto que, no financiamento, se paga juros.

Um grande problema enfrentado para a realização do sonho de uma casa própria são as dívidas sem valor — aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que muitas vezes não agregam muito. Estas acabam desequilibrando o orçamento financeiro mensal e com isso perde o foco no bem de valor, que é a casa.

Veja alguns passos para se adquirir uma casa própria:

1. Reúna a família e converse sobre este tema, definindo o lugar, valor e as reais condições que se encontram.
2. O melhor caminho para adquirir é poupar parte do dinheiro que se ganha. Faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a prestação deste imóvel e comece a guardar em um investimento conservador como poupança, CDB ou tesouro direto.
3. Analise o valor do aluguel que está pagando e, se for o mesmo valor da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o imóvel.
4. Lembre-se que o financiamento de um imóvel é considerado dívida de valor, por isso deve ser protegida e garantida antes de sair pagando as despesas mensais.
5. Cuidado com o valor do imóvel que comprará e veja se o seu valor adéqua-se a seu verdadeiro padrão de vida. Muitas vezes não respeitamos nosso padrão.
6. Tenha sempre uma reserva estratégica. No caso de qualquer eventualidade, não deixará de honrar este importante compromisso.
7. Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria, é preciso rever imediatamente os gastos — em especial as pequenas despesas que, somadas, podem levar uma família ao desequilíbrio financeiro.
8. Nunca se esqueça de que um novo imóvel demanda novos custos, como mobiliário novo, condomínio, taxas de transferência etc.
9. Outro ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região em que irá mudar, que pode se elevar. Preocupe-se, também, com gastos com transporte.