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Gestão de água e esgoto: possibilidades em parceria

Publicado em: 23/03/2009

O final de 2008 viu iniciar-se a crise financeira que se espalha cada vez mais pelo mundo. E tudo começou no setor imobiliário (ou real state, como está cada vez mais sendo conhecido). Até mesmo por conta disso, um dos primeiros afetados pelo turbilhão foi o precário sistema de crédito existente para as pequenas e médias empresas desse segmento de mercado.

Nesse cenário, torna-se ainda mais importante a racionalização do consumo de água e da utilização dos serviços de esgoto para essas empresas. E, normalmente, essas atividades estão nas mãos de companhias de gerencia estatal ou municipal e de tarifas determinadas ao acaso político. Todavia, existem outras opções.

Hoje já possível, e até mesmo muito comum, que construções como hotéis e condomínios comerciais façam planejamentos (já no início de sua construção) para melhorar seu desempenho em termos de uso de água. Esse trabalho começa na captação e tratamento de águas subterrâneas. Dependendo do volume de consumo e descarte do esgoto, passa-se à fase seguinte, de avaliação do reuso de águas, por meio da implantação de estações de tratamento e reuso em dimensões variadas, de forma a se adaptar aos reduzidos espaços existentes.

Uma terceira fase se inicia quando os resultados financeiros estiverem consolidados. Então, volta-se para a redução do consumo com ações de conscientização e de adequações dos pontos de consumo, tais como torneiras, chuveiros e bacias sanitárias.

Tratamento de Água e Esgoto
Em se tratando de Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), é claro que é preciso levar em consideração que os respectivos projetos sempre envolvem cifras significativas, as quais este setor não está habituado, especialmente em investimentos que, como este, podem ser considerados de risco.

Ainda assim, com planejamento é possível encontrar alternativas que se encaixem as possibilidades de cada empresa e empreendimento. Por isso, quando interessada em soluções desse tipo, é fundamental para a empresa buscar gestoras parceiras que possuam não apenas a expertise técnica, mas que sejam aliadas também na questão financeira.

Um novo modelo
Diante desse quadro, uma outra via se abriu. Num modelo que já é o mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa, algumas empresas gestoras assumem os riscos e os investimentos iniciais, recebendo seus retornos após a implantação do projeto.

Com isso, o que se vê hoje no mercado é um lento e gradual aumento de pequenos e médios empreendimentos que estão avaliando e reduzindo os custos financeiros terceirizando a Gestão do Suprimento de Água e Esgoto, por meio de prestadores de serviços competentes e que possuem soluções variadas para a implementação dos projetos.

Green Building
Uma outra tendência, mas esta voltada para grandes corporações, está no empenho destas em adequar seus empreendimentos aos preceitos do Green Build Council, entidade de âmbito mundial que especifica as questões ambientais de projetos imobiliários.

Trata-se de um processo caro e que necessita de muito esforço e estudo técnico onde se envolvem geólogos, químicos, construtores, financistas e outras séries de profissionais.

Para empreendimentos já existentes, o custo da adaptação pode parecer impeditivo, mas sempre existe a possibilidade, como já citado anteriormente, de realizar parcerias ou de encontrar parceiros que assumam os riscos.

No caso de novos projetos, durante a obra, a empresa gestora ajuda a determinar o melhor modelo de uso da água, do esgoto e dos sistemas de reuso. Isto é algo que já vem acontecendo com as incorporadoras e construtoras de imóveis de alto padrão.

Usando o modelo de parceria, as gestoras tornam-se investidoras do projeto. Dessa forma, evitam enormes desembolsos para a incorporadora e estas entregam ao condomínio um projeto já adequado aos padrões de qualidade, de custos baixos e administrados, de saneamento completo e, principalmente, ecoeficiente.

O importante nisso tudo é saber que o planeta pede por melhores práticas na gestão de água e esgoto. E não pela questão do investimento que se deve parar qualquer projeto. Há caminhos viáveis. Com ganhos para todos os envolvidos.