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SOLUÇÕES EM EPS

Bloco de EPS tem fácil transporte e demanda poucos cuidados na obra

Material é facilmente distribuído dentro dos caminhões e, quando permanece no canteiro por longos períodos, deve ser protegido das intempéries apenas por uma lona de plástico

Vinícius Veloso

Bloco de EPS tem fácil transporte e demanda poucos cuidados na obraBloco de EPS tem fácil transporte e demanda poucos cuidados na obra
Blocos de EPS podem ser utilizados em diversas aplicações (foto: divulgação/Grupo Isorecort)

Leves e extremamente versáteis, os blocos de EPS têm espaço em obras de diferentes tipos. Execução de paredes, enchimento de pisos e peças de lajes estão entre os principais usos do produto, que ainda oferece economia no consumo de concreto e aço. Outro diferencial está no desempenho térmico e acústico, pois o ar presente em sua composição apresenta ótimas características de isolamento.

“Sua matéria-prima são as pérolas de poliestireno que têm em seu interior um gás responsável pela expansão. Esse composto é transformado em uma espuma e, a partir dela, a indústria fabrica os blocos”, detalha o engenheiro Anderson Pedro dos Santos Prates, responsável pela assistência técnica da Styropek. Derivadas do petróleo, as pérolas são utilizadas no Brasil há 50 anos, e não somente no setor da construção.

"Não é recomendado que o material passe longos períodos estocado no canteiro, como mais de 10 dias, visto que isso pode interferir em suas propriedades técnicas", Rodrigo Rezende

“O mercado de embalagens as utiliza na elaboração de proteções para eletrodomésticos das linhas branca e marrom”, comenta o especialista, indicando que o elemento não se degrada na natureza. Os produtos fabricados a partir das pérolas de poliestireno requerem cuidados no armazenamento e transporte, como é o caso dos blocos de EPS enviados aos canteiros.

TRANSPORTE

O tamanho e a densidade do material influenciam no modo como será realizado o procedimento logístico. “As precauções dependerão dos produtos que estão sendo levados. A atenção deve ser maior quando forem transportadas molduras de EPS com revestimento, uma vez que o movimento dentro do caminhão e o contato com outros itens da carga podem danificá-las. Nesse exemplo, o cuidado especial se justifica devido à questão estética do produto”, exemplifica Rodrigo Rezende, integrante do Comitê de EPS do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida).

Por outro lado, como a resistência dos blocos é mais elevada, a viagem até o canteiro dispensa proteções complexas. Seu formato reto também facilita a organização dentro dos veículos. “Diferentemente de peças técnicas que podem ter sua forma e desenho danificados em caso de erros de acomodação”, compara Rezende, indicando que a distribuição das peças no interior do caminhão sempre tem de respeitar a capacidade de carga.

Outra recomendação é que o meio de transporte utilizado seja do tipo baú ou do modelo sider, ou seja, sempre fechados. Quando a entrega chega à obra, o trabalho de descarga deve ser realizado por, pelo menos, dois operários e sempre colocando os blocos no chão com cuidado. Caso contrário, se jogados de qualquer maneira, as extremidades acabam sofrendo avarias que serão percebidas no momento de utilização do material.

CHEGANDO À OBRA

O ideal é que os blocos de EPS cheguem ao canteiro o mais próximo possível do momento em que serão utilizados. Geralmente, as construtoras de médio e grande porte estão acostumadas com o gerenciamento de entregas e informam aos fornecedores a data mais apropriada. Além de garantir a qualidade do produto, a correta gestão também otimiza o uso de espaço na obra, já que a solução é volumosa e ocupa uma área considerável enquanto está armazenada.

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Leves, os blocos são fáceis de transportar (foto: divulgação/Grupo Isorecort)

 

“Não é recomendado que o material passe longos períodos estocado no canteiro, como mais de 10 dias, visto que isso pode interferir em suas propriedades técnicas”, adverte Rezende. O mais indicado é que os blocos sejam entregues cerca de dois dias antes de serem utilizados. Também é desinteressante para a construtora ter uma grande quantidade de itens ‘parados’ no canteiro, pois se trata de um estoque com chances elevadas de danos.

ARMAZENAMENTO NO CANTEIRO

Para evitar problemas, é de grande importância armazenar corretamente os blocos no canteiro. Entre as principais recomendações está o estoque em ambiente protegido da ação do sol ou chuva. “Longas exposições aos raios ultravioletas (UV) — emitidos pelo sol — têm potencial de degradar o material. O bloco que recebe esse tipo de radiação apresenta tonalidade amarelada”, informa Prates.

Caso seja necessário um tempo considerável de armazenamento na obra, a principal proteção é feita com uma lona. No entanto, se a exposição for por prazos menores, de dois dias, a cobertura se torna desnecessária. O tamanho do canteiro também altera os cuidados com o produto, afinal, em construções de grande porte que utilizam quantidades consideráveis de blocos, pode ser um empecilho recobrir todo o volume — outro motivo para a entrega ser próxima à execução.

Todo contato com solventes orgânicos, como éter, benzeno, gasolina, querosene e acetona, além de elementos à base de óleos ou gorduras, deve ser evitado. Esses produtos químicos podem atacar o EPS ou contaminar os blocos, prejudicando uma posterior reciclagem.

Esse tipo de bloco não apresenta restrições em relação ao empilhamento. Até mesmo dentro das fábricas de transformação o produto fica organizado em pilhas, pois o contato entre as peças não causa nenhum dano. Já a altura máxima desses montes é indicada pelas normas de segurança do trabalho, que também informam a maneira adequada de manusear os produtos e quais os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários.

RECICLAGEM

Os blocos de EPS, muitas vezes, precisam ser recortados para se encaixar na construção. Os resíduos gerados pelo procedimento, além das peças que sobram, podem ser encaminhados para reciclagem. Esse trabalho é realizado pela maioria dos transformadores, seja reutilizando na confecção de novos blocos, ou então, sendo a matéria-prima para peças de artesanato, como molduras para porta-retratos e terminais de acabamento.

"O EPS é um material que pode ser 100% reutilizado. Para isso, a grande preocupação é que o bloco não esteja sujo de cimento, cola ou materiais semelhantes", Anderson Pedro dos Santos Prates

Algumas construtoras já exploram bem o procedimento, porém parte do mercado ainda o desconhece. “Um dos papéis do Comitê de EPS da Plastivida é incentivar ainda mais a prática da reciclagem, informando para o setor que as sobras podem ser encaminhadas para a logística reversa e posterior reutilização”, comenta Rezende.

“O EPS é um material que pode ser 100% reutilizado. Para isso, a grande preocupação é que o bloco não esteja sujo de cimento, cola ou materiais semelhantes — contaminantes que atrapalham o processo. Quando misturados a outros elementos, são enviados para os transformadores de plástico, que o derreterão antes da reciclagem”, finaliza Prates.

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Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br ou www.geosolution.com.br

Colaboração Técnica

Anderson-Pedro-dos-Santos-Prates

Anderson Pedro dos Santos Prates – Engenheiro Químico formado pela Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL). É responsável pela assistência técnica da Styropek.


 

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Rodrigo Rezende – É advogado com bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), onde também cursou Direito Digital e Inovação. Possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e extensão universitária em Proteção de Dados, Governança e Compliance pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP). É integrante do Comitê de EPS do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) e membro da Comissão Setorial do EPS da Associação Brasileira das Indústrias Químicas (Abiquim). É Gerente Administrativo do Grupo Isorecort.