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Construção civil é a maior geradora de resíduos sólidos

Texto: Redação AECweb

No entanto, redução de resíduos de construção e reciclagem são alternativas viáveis

26 de outubro de 2009 - A construção civil é a maior geradora de lixo e o destino correto do entulho produzido pela atividade deve ser a prioridade das cidades brasileiras, segundo o Instituto Ethos, Organização Não Governamental (ONG) especializada em meio ambiente.

Em Araraquara, o peso desse desenvolvimento se traduz no número de requisições que passam pela Gerência de Aprovação de Projetos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.

Entre janeiro e outubro, o órgão aprovou 852 projetos - somente relacionados à habitação, conforme balanço de Marcela Vergílio, gerente de Aprovação de Projetos. Segundo ela, em média, chegam por mês à pasta 120 projetos desta natureza, entre pedidos de construção de condomínios, conjuntos habitacionais e solicitações individuais para aprovação de projetos de plantas de residências particulares.

Conama
Mas se, por um lado, as cidades seguem uma série de especificações técnicas para aprovarem empreendimentos habitacionais, comerciais ou industriais, os municípios ainda pecam pela falta de ações de gerenciamento de resíduos, medida prevista pela Resolução 307, publicada em 2004 pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

A medida impõe às cidades a criação de projeto de gerenciamento dos resíduos da construção civil e proíbe o despejo do entulho em aterros sanitários, como era feito anteriormente. A cidade começou a executar esse plano, mas, nos últimos anos, os gestores públicos alegaram faltar recursos para se avançar na ideia.

O Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) projetou a necessidade de 13 bolsões de entulhos na cidade, mas, até agora, foram implantados apenas seis. Estão previstos bolsões nos bairros Selmi Dei e Victório de Santi.

O Daae informa "estar em estudo a viabilidade de uma usina de triagem e trituração de entulhos". A autarquia também alega que o material que chega aos bolsões contém mais galhos e móveis velhos do que propriamente resíduos de construção civil. Ainda segundo o Daae, o entulho coletado pelos caçambeiros é entregue a uma empresa.

"Ela executa a triagem de materiais recicláveis deste entulho e armazena para futuro processamento o material inerte." A autarquia também afirma investir na conscientização da população para uso dos bolsões, com material explicativo entregue para carroceiros e lojas de materiais de construção.

Redução
Além de reciclar, as empresas que atuam na construção civil devem procurar reduzir a geração de resíduos. Os empreendimentos podem obter isso por meio da dotação de materiais de melhor qualidade e de cuidados em seu acondicionamento e manuseio.

"As estatísticas mostram que essa redução varia de 45% a 60%, dependendo do material", explica o especialista em resíduos sólidos Adalberto Cunha, docente da Uniara. Mas, analisando a conjuntura local, ele ainda levanta a necessidade de "afinar" a gestão dos resíduos sólidos.

Para isso, defende um trabalho conjunto que inclui aumentar o número de bolsões de entulho, ampliar a fiscalização em torno de carroceiros e pequenos transportadores e, mais uma vez, a necessidade de se reciclar o material que sobra da construção civil.

"O bolsão é e não é a solução. Sim, para dar um local correto para os resíduos. E não, pois não soluciona o grave problema das quantidades cada vez maiores desse tipo de lixo", argumenta. "Uma solução intermediária seria melhor."

Fonte: Fonte: Tribuna Impressa - SP

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