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Porcelanato técnico é indicado para áreas de alto tráfego

Estrutura homogênea, baixa porosidade e absorção de água menor ou igual a 0,1% conferem alta resistência ao material

Publicado em: 05/10/2012Atualizado em: 27/03/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket


Texto: Graziela Silva

Porcelanato técnico é indicado para áreas de alto tráfego
Foto: Divulgação Eliane

Ambientes comerciais, escadas, corredores e garagens demandam aplicação de revestimentos cerâmicos resistentes e duráveis. Entre as categorias que apresentam boa performance quando aplicadas a ambientes de alto tráfego a de porcelanatos técnicos se destaca. Nessa tipologia de produto, informa Sergio Ruzza, coordenador de Novos Produtos e Portfólio da Eliane, o grau de resistência mecânica está relacionado à porosidade da estrutura da peça. “Quanto maior a compactação do produto, menor a porosidade e maior a dureza da superfície. Quanto maior a dureza, maior a resistência ao desgaste”, ensina.

A classificação do revestimento como porcelanato técnico leva em conta a absorção de água, que deve ser menor ou igual a 0,1% (a título de comparação, o índice admitido nos porcelanatos esmaltados é igual ou menor a 0,5%). É justamente a estrutura homogênea e de baixíssima porosidade que coloca os revestimentos técnicos entre as opções de maior resistência disponíveis no mercado. “Os porcelanatos são fundidos em altas temperaturas, com matérias-primas nobres, e a cor está na composição de sua massa”, destaca Monica Miller, gerente nacional de Especificação da Gyotoku.

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Em função do acabamento, os porcelanatos técnicos podem ser:

- Naturais: as peças têm superfície acetinada, resultante de tratamento especial que garante elevada resistência a manchas. É mais indicado para áreas de alto tráfego, pois atende solicitações características de áreas internas e externas.

- Polidos: possuem superfície com intensidade variável de brilho, decorrente de polimento mecânico. Tanto em ambientes comerciais quanto em residenciais a recomendação dos fabricantes é evitar o porcelanato polido em locais em contato direto com áreas externas, ou protegê-lo usando feltros ou capachos nas entradas, pois o atrito com a areia e outros materiais abrasivos pode riscar o produto.

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ACERTE NA ESCOLHA DOS ESMALTADOS



Para especificar a cerâmica esmaltada mais adequada ao projeto o segredo é estar atento às características funcionais dos produtos. Como a gama de opções é grande – vai de cerâmicas convencionais porosas e grês a porcelanatos esmaltados –, um bom ponto de partida é verificar o índice Porcelain Enamel Institute (PEI) do revestimento, orienta Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).   

O PEI é um indicador do grau de abrasão superficial dos revestimentos esmaltados. Sua escala varia de 0 a 5 – quanto maior o índice, maior a capacidade da superfície do produto para suportar o desgaste por atrito, seja este decorrente do tráfego de pessoas, do arraste de objetos ou da movimentação de equipamentos e veículos. “Essa classificação não diz respeito à qualidade, mas sim aos ambientes para os quais o revestimento é indicado, bem como sua aplicação, seja ela para piso ou parede”, alerta Kieling.

Classe
PEI
Local de uso
0Uso exclusivo em paredes
1Ambientes de baixíssimo tráfego, como banheiros e
dormitórios de residências.
2Ambientes de baixo tráfego. Por exemplo, dependências
residenciais, com exceção de entradas e cozinhas.
3Ambientes de médio tráfego. Todas as dependências
da casa, inclusive entradas.
4Ambientes internos e externos de alto tráfego. Pode ser
aplicado em residências e áreas comerciais, como
restaurantes, lojas, bancos etc.
5Ambientes de altíssimo tráfego. Áreas externas e
espaços públicos que recebem fluxo intenso de pessoas.
Fontes: Anfacer e Inmetro


De acordo com Monica Miller, da Gyotoku, algumas empresas utilizam outra escala chamada Locais de uso, que identifica a especificação correta do piso. “Um PEI 5 será mais resistente a riscos e desgaste do esmalte se sua escala de local de uso for LD (áreas comerciais com acesso para rua) ou LH (áreas comerciais ou instituições de intensa circulação)”, acrescenta. A informação sobre o Local de uso é geralmente apresentada na embalagem do produto, nas etiquetas de pontos de vendas e nos catálogos dos fabricantes.

DESVENDANDO CÓDIGOS 

LA – Lavabos e banheiros residenciais
LB – Salas, corredores, cozinhas e áreas de serviço residenciais sem acesso para a rua. Dormitórios e locais LA
LC – Todos os ambientes residenciais internos. Varandas cobertas e locais LB e LA
LD – Áreas comerciais com acesso para rua e locais LC, LB e LA
LE – Ambientes externos (quintais e varandas)
LF – Fachadas
LG – Garagens residenciais planas
LH – Áreas comerciais ou institucionais de intensa circulação e locais LD, LC, LB e LA
LI – Decks de piscina
LP – Área interna de piscina
LR – Revestimento para paredes internas

INSTALAÇÃO X DURABILIDADE

Não adianta acertar na escolha do revestimento cerâmico e descuidar da instalação, que deve ser feita de acordo com as normas e especificações do fabricante, respeitando as indicações dos locais em que pode ser realizada. “A instalação deve ser feita por profissional capacitado, visto que o bom assentamento da cerâmica também influencia sua resistência e durabilidade”, destaca Antônio Carlos Kieling, da Anfacer. De acordo com Sergio Ruzza, da Eliane, para o assentamento adequado, indica-se o uso de argamassa colante. “As normas NBR 14081 e NBR 13753 tratam da argamassa colante, da confecção de juntas de dilatação e de dessolidarização e, por isso, devem ser respeitadas”, lembra o executivo.

É bom saber

Para a avaliação de revestimentos técnicos o termo utilizado pelos fabricantes é abrasão profunda, que indica a resistência do corpo cerâmico a desgastes físico-mecânicos. No ensaio de abrasão, a peça é colocada em contato com um disco rotativo de aço a uma velocidade constante, escoando entre a peça e o disco, um pó fino de alumina para provocar o desgaste da peça. A quantidade de material removido é o parâmetro para a avaliação dessa característica. A NBR 15.463 estabelece em 140 mm³ o valor máximo de perda de massa pela peça.

Reguladores de qualidade

O Brasil conta desde fevereiro de 2007 com uma norma específica sobre fabricação de porcelanatos: a NBR 15.463. Para as cerâmicas tradicionais os principais parâmetros técnicos são estabelecidos pelas seguintes normas: NBR 13.818/1997 (Especificação e Métodos de Ensaios), NBR 13.816/1997 (Terminologia) e NBR 13.817/1997 (Classificação).

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