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Granito é indicado para revestimento de pisos, paredes e fachadas

Bonita e durável, essa rocha é resistente à abrasão e pode ser usada em ambientes internos e externos

Publicado em: 14/07/2015Atualizado em: 30/03/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Piso de granito

O granito figura há tempos entre as mais tradicionais soluções empregadas no acabamento. A rocha se destaca não somente pela estética, como também por sua elevada resistência aliada à alta durabilidade. Vantagens como essas tornam a pedra uma das melhores alternativas para ornamentação e revestimento de edificações. “Cerca de 80% do volume total de granito é utilizado para revestimento de pisos, paredes e fachadas, além de tampos de pias, mesas e balcões. Por sua resistência à poluição atmosférica, a produtos de limpeza quimicamente agressivos e à abrasão, o material é convencionalmente especificável sem restrição para ambientes internos e externos”, explica o geólogo Cid Chiodi Filho, consultor técnico da Abirochas – Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais.

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De acordo com o profissional, o material modernizou-se ao longo do tempo e continua evoluindo graças ao avanço das tecnologias de lavra, beneficiamento e aplicação, relacionadas a novos acabamentos de face, tratamentos de superfícies, argamassas de fixação e, sobretudo, usinagem de peças através de tornos multifuncionais automáticos.

ONDE E COMO USAR

Porcelanato e granito são duas opções distintas. O granito tem grande vantagem em relação à durabilidade
Chiodi Filho

O granito pode ser usado tanto para revestimentos verticais quanto em pisos. Quando indicado para paredes ou fachadas, a fixação utiliza argamassas e rejuntamento, com reforço de pinos metálicos, ou apenas pinos metálicos em revestimentos aerados/ventilados. “Da mesma forma, a pedra pode ser fixada no piso com uso de argamassas ou, ainda, ser elevada/flutuante, apoiada sobre suportes. As argamassas colantes flexíveis são preferíveis às soluções cimentícias convencionais, visando prevenir os efeitos de umidade ascendente e o surgimento de manchas”, comenta Chiodi Filho.

A PEDRA PREFERIDA NAS COZINHAS

A pedra pode ser fixada no piso com uso de argamassas ou, ainda, ser elevada/flutuante, apoiada sobre suportes. As argamassas colantes flexíveis são preferíveis às soluções cimentícias convencionais
Chiodi Filho

As pias de granito estão presentes em grande parte das edificações por todo o país. O protagonismo se justifica por sua resistência a produtos químicos que comumente são utilizados na limpeza das cozinhas. “A manutenção da pedra é bastante simples. Recomenda-se que a limpeza seja regular e efetuada apenas com pano úmido, sem excesso de água ou produtos agressivos. O ideal é preparar uma mistura que contenha uma pequena quantia de detergente neutro ou sabão puro diluído em água”, aconselha o especialista.

A instalação de pias de granito passa pelo correto dimensionamento das peças componentes, bom acabamento de bordas, seleção de argamassas adequadas para fixação nos suportes e perfeita junção de cubas. Quando acontecem problemas com o material, como rachaduras, é possível realizar a manutenção do trecho danificado ou a troca da peça inteira. “A opção depende, fundamentalmente da comparação do valor da rocha com o preço do procedimento de reparação. É quase sempre possível ‘soldar’/colar uma rachadura, principalmente se a rocha for rara ou não estiver mais em produção. Para pedras mais comuns e de menor preço, a melhor alternativa é a troca da peça danificada”, recomenda Chiodi.

NORMAS DE USO

Existem normas técnicas para especificação e aplicação de todos os insumos e sistemas que envolvem a pedra. “Para os materiais rochosos de revestimento, inclusive granito, são efetuados ensaios de caracterização tecnológica para verificação de suas propriedades físico-mecânicas. Há normas tanto para os ensaios quanto para o desempenho diante de algumas situações de uso. Tão ou mais importantes que as normas de caracterização tecnológica do material são os critérios e cuidados adotados para a sua recepção, acondicionamento e aplicação na obra”, avalia.

Os profissionais do setor que atuam com esse tipo de material, como marmoristas, especificadores e construtores, contam com uma publicação que traz informações gerais e específicas sobre as rochas e sua utilização nas edificações, o Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos. “O material está disponível para visualização e download no site da Abirochas”, finaliza Chiodi.

CONCORRÊNCIA

O granito concorre no mercado com outros tipos de revestimentos, como os porcelanatos. Entretanto, de acordo com o geólogo, é difícil comparar essas duas opções de acabamento. “Existem milhares de padrões estéticos dos materiais rochosos naturais, como o granito, o que não acontece com os porcelanatos, cujas principais variedades constituem imitações de mármores e granitos verdadeiros. São duas opções distintas, mas o granito tem grande vantagem em relação à durabilidade. Por outro lado, não há nenhuma desvantagem da pedra frente ao porcelanato”, compara Chiodi Filho.

O vasto leque de cores também contribui com o sucesso dessa rocha na construção civil. Os tons variam desde os mais comuns, como branco, amarelo, verde, azul e preto, aos exóticos. “Os produtos denominados exóticos exibem uma variedade quase infinita de padrões cromáticos e movimentos. Já em relação aos acabamentos, os mais comuns são o polido e o levigado, tendo-se ainda superfícies apicoadas, flameadas, jateadas e escovadas”, detalha o geólogo.


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Colaborou para esta matéria

Cid Chiodi Filho
Cid Chiodi Filho – Graduado em Geologia pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP). Trabalhou no CPRM (Serviço Geológico do Brasil) e Docegeo, em projetos de geologia e prospecção mineral. Especializou-se em rochas ornamentais e de revestimento e há quase 25 anos vem se dedicando ao ramo. É sócio-gerente da Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos e consultor da Abirochas – Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais.