menu-iconPortal AECweb

Forma tipo mesa voadora aumenta produtividade na execução de lajes

Movimentado por gruas e com montagem rápida, sistema viabiliza ciclos de concretagem de uma laje a cada cinco dias

Publicado em: 01/08/2016

Texto: Redação PE


Sistema de mesa voadora sendo utilizado em obra (Divulgação/ Mills)

O sistema de formas tipo mesa voadora foi introduzido nas obras brasileiras na década de 90, quando se buscava racionalizar a produção e aumentar a produtividade nos canteiros de obras. Estruturado com treliças de alumínio leves e resistentes, o sistema pode ser reposicionado rapidamente para o próximo ciclo de concretagem das lajes.

“A mesa voadora pode ser definida como um tipo de cimbramento compacto, que pode ser transportado por gruas ou guindastes após a desenforma, e quando içada é levada pelo espaço ‘voando’ até o novo local onde será aplicada, sem a necessidade de ser desmontada”, explica o engenheiro Nilton Nazar, diretor da Hold Engenharia e professor do Instituto Mauá de Tecnologia.

Para serem deslocadas, basta recolher a haste interna, posicionar o escoramento da laje e utilizar um macaco hidráulico para descer. Todas as mesas são montadas no primeiro pavimento, formando panos de 30 m² a 80 m², e são movimentadas com grua para os pavimentos superiores com apoio de uma reduzida equipe de pessoas.

PRODUTIVIDADE X VELOCIDADE

De acordo com Nilton, esse sistema ajuda a aumentar a produtividade e reduzir consideravelmente a mão de obra na execução das estruturas. “O percentual exato da redução de mão de obra depende de fatores como tipo da estrutura, treinamento da equipe e tipo de canteiro, mas a redução é bem considerável”, observa.

Embora outros sistemas de formas e escoramentos sejam ágeis, a mesa voadora utiliza apenas um jogo e meio de escoramento convencional, sem necessitar de muito tempo e mão de obra na logística do canteiro. Os outros sistemas de formas utilizam mais escoramentos e equipe de trabalho.

Com relação à aplicação, o engenheiro esclarece que a mesa voadora funciona bem em pavimentos planos, de preferência sem vigas de borda e com poucas vigas internas. “Não devem ser indicadas em pavimentos com muitas vias, principalmente nas bordas”, orienta Nilton.

 

CONSTRUÇÃO DE LAJE EM 6 DIAS, NO RS

O sistema de forma mesa voadora foi utilizado pela Construtora OAS Empreendimentos na construção de um complexo residencial com 16 torres de 18 andares, em Porto Alegre (RS). Os pavimentos têm cerca de 600 m² e a equipe de engenharia montou mesas de até 35 m² superando outros sistemas em agilidade nos processos.

De acordo com Fábio do Vale, gerente de contratos da construtora, o sistema de mesa voadora não estava inicialmente previsto e foi customizado para conferir produtividade ao projeto. “Os ganhos foram nítidos. Fizemos mesas em tamanhos maiores e com mais quantidade de repetição”, explica Vale. Nesse caso, segundo o engenheiro, a produtividade superou a previsão inicial em mais de 30%.

“Os ciclos são uniformes e com melhor segurança. Foi possível aplicar no sistema de laje plana um ciclo de montagem de dois dias, onde o voo era feito no primeiro – equivalente a 80% da área do pavimento – e no segundo dia eram realizados os arremates. A conclusão de cada laje levou seis dias, quando levaria dez se fosse feito utilizando sistema tradicional de forma e escoramento”, compara Vale.

Leia mais:

Novas tecnologias dão novo ritmo ao mercado brasileiro de formas e escoramentos

COLABORAÇÃO TÉCNICA:

  • Nilton Nazar, diretor da Hold Engenharia e professor do Instituto Mauá de Tecnologia
  • Fábio do Vale, gerente de contratos da OAS Empreendimentos