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Acabamento de pisos depende da escolha correta de politrizes e acessórios

Grau de abrasividade dos discos giratórios determina a qualidade dos trabalhos de desbaste, lapidação e polimento das superfícies

Publicado em: 01/12/2016Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Redação PE


Politriz faz polimento em granitina (Divulgação/ Finiti)

As politrizes para pisos são utilizadas para tratar superfícies de concreto, granito, mármore, granitina e asfalto, fazendo o desbaste, o nivelamento e o acabamento. Além disso, removem pinturas antigas, abrindo os poros do concreto para aplicação de nova tinta, selante ou impermeabilizante.

Para realizar esse trabalho, as politrizes utilizam discos giratórios. “As politrizes podem conter um ou dois discos, dependendo do tamanho da área e da produtividade desejada”, explica Arnaldo Augusto, gestor comercial da Betomaq. “A quantidade pode variar conforme o tamanho da área, produção desejada e experiência do operador, mas geralmente em 80 ou 100 metros o equipamento trabalha com dois discos”.

APLICAÇÃO

Adriano Mari, diretor da Finiti, explica que os discos de pedras abrasivas não são mais tão utilizados. Eram aplicados quando havia necessidade de se espalhar areia sobre o piso para fazer o polimento. Segundo ele, os discos diamantados com maior grau de abrasividade, com grãos de 16, 24 e 36, cumprem adequadamente a função de desbaste. O de 60 faz o desbaste e pode ser utilizado também para dar acabamento.

As politrizes de engrenagem são mais utilizadas que os modelos de correias, porque estas devem ser substituídas conforme o desgaste gerado pela nata ou pó
Adriano Mari, diretor da Finiti Equipamentos

Os discos de cerâmica, conhecidos como resinoides, também possuem diamante, mas não têm grau de abrasividade suficiente para agredir o piso a ponto de desbastá-lo. De acordo com Adriano, eles são subdivididos nos grãos 50, 100, 200, 400, 800, 1500, 3000 e Buff (10.000), mais utilizados para fazer a lapidação em pisos de mármore. “Em pisos de granitina, por exemplo, o polimento é feito com discos de 36, 60, 120 e, quando necessário, utiliza-se o disco de 220”, explica Adriano.

“Durante o trabalho, o operador deve passar a politriz em movimentos de cruz e na diagonal sobre o piso, para obter um melhor resultado. Para garantir o polimento nos cantos de parede, banheiros e espaços confinados com a mesma qualidade das outras áreas, é necessário utilizar modelos compactos apropriados, com a opção de se remover a saia de aço da politriz e observar quando ela encosta na parede”, orienta Adriano.

FUNCIONAMENTO

Normalmente, as politrizes são movidas a energia elétrica com ligação trifásica ou monofásica, adequadas para trabalhar em ambientes internos. Antes de utilizá-las, o operador deve verificar se a potência do motor requer um cabo de conexão com maior calibre, para garantir bom suprimento de energia e trabalho produtivo. Quando o local de trabalho não conta com fontes de eletricidade próximas ou geradores de energia (como áreas externas, por exemplo), é possível utilizar politrizes movidas a gasolina.

Arnaldo Augusto, da Beomaq, explica que durante a operação o operador não pode abrir mão dos equipamentos de proteção individual (EPIs). “Para evitar que o pó liberado do piso no processo de polimento suba e seja inalado, pode ser utilizado um aspirador de pó industrial acoplado na politriz”, diz. Mas uma forma menos insalubre e mais econômica é borrifar água no piso durante o processo de polimento, fazendo a poeira liberada se transformar numa espécie de nata, o que dispensa uso de aspirador. Isso também evita o desgaste acelerado nos discos, como acontece no trabalho a seco. Adriano, da Finiti, conta que em 90% dos casos é utilizada água nesse processo.

As politrizes podem conter um ou dois discos, dependendo do tamanho da área e da produtividade desejada
Arnaldo Augusto, gestor comercial da Betomaq

Ainda de acordo com Arnaldo, o operador precisa fazer uma inspeção no local antes de começar a fazer o polimento, para retirar possíveis pregos, parafusos, pedras, ou quaisquer objetos.

Dependendo da necessidade do trabalho, as politrizes podem receber mais peso para atuarem com mais pressão sobre o piso em casos de remoções difíceis. “É possível adicionar mais 50 quilos, principalmente quando é preciso remover contaminantes como graxas e óleos, pintura epóxi e outras manchas”, explica Arnaldo.

MANUTENÇÃO

A limpeza do equipamento após o uso deve ser priorizada, segundo Arnaldo, principalmente para retirar a nata condensada de água e pó que fica grudada na parte inferior, onde são encaixados os discos. Embaixo da máquina também há uma engraxadeira que, de acordo com os especialistas, deve ser utilizada pelo menos uma vez por mês, para o rolamento permanecer lubrificado e com boa vida útil.

“As politrizes de engrenagem são mais utilizadas que os modelos de correias, porque estas devem ser substituídas conforme o desgaste gerado pela nata ou pó”, explica Adriano, da Infiniti.

ACABAMENTO FINO

Adriano dá uma dica de lapidação de piso de concreto, para deixá-lo com brilho semelhante ao do mármore. Ele explica que nesse caso pode ser utilizado concreto com resistência acima do fck 30 MPa e, se for menos resistente, é necessário acrescentar endurecedor.

“Quanto mais duro estiver o concreto, melhor o resultado. Pode ser utilizada politriz com disco diamantado grão 36 para desbastar o piso e, se possível, utilizar uma resina ou cera. Em seguida, utilizar o disco de 220. Quem não quiser aplicar cera nem resina, pode utilizar o disco de 400 e chegar até o de 800. Ao final pode ser aplicado um cristalizador e usar máquina enceradeira com mais de 2000 rpm”, arremata Adriano.

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Arnaldo Augusto, gestor comercial da Betomaq

Adriano Mari, diretor da Finiti